Açougue que não vende carne? Esta é a proposta do No Bones, de São Paulo, e do Açougue Vegano, do Rio de Janeiro. Ambos têm como foco o público vegano -que não consome alimentos de origem animal- e vendem produtos que imitam carne. Entre eles, costelinha com molho barbecue, linguiça, bacon e kafta.
O No Bones foi criado, em 10 de dezembro do ano passado, pela arquiteta e chef de cozinha Marcella Izzo, 26, e o sócio, o publicitário Brunno Barbosa, 28, na garagem da casa dela. Eles investiram R$ 60 mil na reforma do local e na compra de equipamentos e mobiliário. A empresa não revela faturamento nem lucro.
O Açougue Vegano foi inaugurado, em 21 de janeiro, pelo publicitário e chef de cozinha Celso Fortes, 45, e pela chef Michelle Rodriguez, 32. Eles investiram R$ 35 mil em equipamentos e mobiliário. No pré-lançamento, feito apenas para amigos, eles venderam todo o estoque de 3.000 itens que tinham produzido para um mês.
Chef começou cozinhando para amigos
Izzo é vegana e teve a ideia de criar o No Bones por não encontrar uma variedade de produtos veganos saborosos. “Eu trabalhava em casa e comecei a procurar receitas para fazer os meus pratos. Passei a convidar os amigos para provarem minhas invenções, eles gostaram e começaram a fazer encomendas.”
O cardápio do açougue tem 30 opções de pratos. O mais caro é a costela barbecue, feita com cogumelo eryngui (R$ 39,90), e os mais baratos são a coxinha de jaca (R$ 5,90, a unidade) e a empada de shimeji (R$ 5,90, a unidade). Há, ainda:
Salsicha de batata com tomate seco (R$ 14,90, o pacote com quatro unidades),
Linguiça de feijão (R$ 12,90, o pacote com duas unidades),
Hambúrgueres de quinoa, grão de bico, feijão azuki ou lentilha com gengibre, que custam de R$ 6,90 a R$ 9,90,
Caveman meat, prato que imita a carne do “homem das cavernas”. O bife é feito de feijão e especiarias e o osso, de mandioca (R$ 29,90), e
Espetinhos de soja (R$ 12,90, o pacote com quatro unidades)
A maioria dos produtos é vendida para consumir em casa. No local, são servidos, apenas, coxinha e empada.
Dono é carnívoro, mas gosta de opções saudáveis
Apesar de ser carnívoro, Fortes, do Açougue Vegano, afirma que sempre conviveu com vegetarianos e que consome mais legumes e verduras do que carne no seu dia a dia. “Não consegui abandonar a carne totalmente, mas como 90% menos hoje em dia. A minha sócia é vegana e sentíamos que faltavam novidades no mercado.”
Atualmente, o açougue só funciona aos fins de semana. “Já contratamos pessoal, mas ainda não estamos conseguindo dar conta da demanda, mesmo tendo seis funcionários nos ajudando na produção.” A previsão é que o estabelecimento comece a funcionar de terça-feira a domingo, a partir do dia 21 de fevereiro.
O cardápio tem 18 itens. A meta é chegar a 30 até o fim do ano, segundo o empresário. “Já recebemos proposta para abrir uma loja em um shopping center de São Paulo. A previsão é que ela comece a funcionar em maio.”
O produto mais caro vendido pela empresa é o bacon de coco (R$ 19,90, o pacote com 80 g) e os mais baratos são:
Espetinhos de soja e de linguiça de soja (R$ 6,90, a unidade com 85 g)
Coxinhas de espinafre e de legumes (R$ 6,90)
Kibe de espinafre com tofu (R$ 6,90)
Entre os produtos, há também:
Coxinha de jaca (R$ 7,90)
Hambúrguer de shitake e shimeji (R$ 8,90, a unidade com 150 g)
Kafta de shimeji e shitake (R$ 23, o pacote com três unidades)
Assim como no No Bones, a maioria dos produtos é vendida para consumir em casa. No local são servidos espetinhos de soja e kafta de shimeji e shitake. A empresa também não revela faturamento nem lucro.
Público vegetariano e vegano está crescendo
Para Wilson Borges, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o consumidor que é vegano e vegetariano é carente de novidades.
– É um público que está crescendo e não quer apenas comer salada ou legumes. Ele também é apreciador da boa comida. Por isso quem produzir alimentos com mistura de ingredientes e trouxer novos sabores ao mercado tem grande chance de atingir o sucesso. –