A melhor definição para o Bloco do Baleiro é a de uma tiração de onda de como se deve brincar o Carnaval. Deixa como lição e legado que a maior malandragem é viver.
No Pensei e Rabisquei, o cantor e compositor maranhense, natural de Arari, Zeca Baleiro, afirmou que ‘a ideia de fazer uma festa de rua no Carnaval de São Luís, é muito bacana e desafiadora’. “A cidade tem vocação para a alegria e a festa, apesar de tantos maus-tratos históricos”, ressalta.
Indagado pelo fato da expectativa em fechar o Carnaval de São Luís, Baleiro deseja que a terça de carnaval seja um dia muito feliz e livre na vida do folião maranhense.
PEDRO SOBRINHO – Como é a sua relação com o Carnaval. É uma festa que você gosta ou apenas curte trabalhando ?
ZECA BALEIRO – Olha, nunca fui um grande folião, pra falar a verdade. Gostava mais de ver que de participar. na infância, em Arari, brincávamos muito de bloco de sujo, tocando em latas etc. Vim descobrir o gosto pelo carnaval no fim dos anos 90, quando comecei a tocar regularmente nas ruas de Recife (foram quase 10 anos sem interrupção).
PEDRO SOBRINHO – Na sua adolescência em São Luís, o que você guarda com carinho do carnaval de rua da cidade?
ZECA BALEIRO – Os fofões que saíam pelo bairro do Monte Castelo, os sambas de bloco, cujo ritmo sempre me chamou a atenção, e os sambas-enredo maranhenses, alguns dos quais lembro de cor, como “Bodas de ouro”, do Zé Pivó, da Turma da Mangueira, e “Haja Deus”, de Chico da Ladeira e Augusto Tampinha, da Flor do Samba.
PEDRO SOBRINHO – Como surgiu o convite para colocar o seu bloco na rua em São Luís ?
ZECA BALEIRO – O convite partiu da Samme Sraya, produtora cultural e por coincidência feliz, uma prima querida. Achei a ideia muito bacana e desafiadora, fazer uma festa de rua no carnaval de São Luís, uma cidade que tem vocação para a alegria e a festa, apesar de tantos maus-tratos históricos.
PEDRO SOBRINHO – Pela primeira vez você se apresenta no Carnaval de São Luís, trazendo o Bloco do Baleiro, tendo como convidados Fafá de Belém e Chico César. O que o folião pode esperar do trio ?
ZECA BALEIRO – Muita alegria, música de todos os gêneros e bastante espontaneidade e improviso.
PEDRO SOBRINHO – A repercussão foi a melhor possível, sobretudo, nas redes sociais quando o seu nome foi anunciado para animar o Carnaval de São Luís. É como se o Bloco do Baleiro viesse oxigenar o carnaval de rua da cidade, mas respeitando a tradição. É difícil rotular musicalmente o que é e o que não é Carnaval atualmente no Brasil ?
ZECA BALEIRO – A ideia é essa, espero que cheguemos lá, nesse objetivo. Celebrando a tradição mas também dando voz a formas mais modernas de música.
PEDRO SOBRINHO – Qual o recado que você manda para o folião maranhense e para quem estiver de fora aqui na Terça-Feira Gorda de Carnaval ?
ZECA BALEIRO – Que a terça de carnaval seja um dia muito feliz e livre na vida do folião maranhense. É meu desejo.