Na edição dessa quinta-feira, dia 8/6, no Conversa com Bial, na Rede Globo, a atriz Leandra Leal, Rogéria e Jane Di Castro foram entrevistadas pelo jornalista Pedro Bial. A pauta da conversa foi sobre o documentário “Divinas Divas”, dirigido pela atriz Leandra Leal.
O documentário terá sua pré-estreia neste sábado, (10/6), em São Luís como parte da programação de encerramento do 40º Guarnicê Festival de Cinema. A exibição será às 17h no Teatro Alcione Nazareth, no centro de Criatividade Odylo Costa, filho. Às 19h será realizada a cerimônia de encerramento do Guarnicê, que neste ano teve nove dias de extensa programação.
O longa, que chega aos cinemas brasileiros ainda esse mês, marca a estreia de Leandra Leal na direção. O filme conta a luta da primeira geração de travestis brasileiros, como Rogéria, Jane Di Castro e Waléria.
Bate-papo
Leandra Leal aprendeu desde cedo o sentido da palavra respeito. Com apenas 20 dias, ela já era levada pela mãe, Ângela Leal, ao Teatro Rival, um lugar onde a cultura e muitas descobertas aconteciam – e seguem acontecendo há 83 anos. Ali, cresceu ao lado de artistas que, à época, enfrentavam preconceito e até as leis para ser o que eram.No ‘Conversa com Bial’ Leandra Leal conta como esse meio a levou a fazer o filme “Divinas Divas”, que acumula no currículo o prêmio de vencedor da categoria de melhor filme pela votação popular no festival South by Southwest (SXSW), nos Estados Unidos, e dois prêmios no Festival do Rio 2016, um deles como o melhor documentário pelo voto popular e outro pelo Prêmio Felix, voltado a produções com temáticas relativas à diversidade de gênero.
– Eu estava em busca de algum projeto para dirigir. Quando as vi todas juntas, no espetáculo “Divinas Divas”, entendi que essa história falava sobre mim”, revela Leandra ao falar sobre a primeira geração de artistas travestis do Brasil, retratada neste trabalho. Nele, estão Rogéria, Valéria, Jane di Castro, Camille K., Fujica de Holliday, Eloína, Marquesa e Brigitte de Búzios. Ao lado de Leandra, Rogéria e Jane também relembram aqueles tempos, em que “elas não podiam andar na rua”, comenta a diretora. “O filme fala sobre a liberdade de você viver de acordo com o que você deseja, de você viver de acordo com sua potência – completa.
ane conta que, certa vez, estava vestida como mulher dentro de um táxi, que foi parado pela polícia. “Me levaram presa, fui em cana. A acusação era que eu estava maquiada. Era muito difícil se vestir de mulher naquela época. Antigamente, os homens entravam no teatro e achavam que iam ver palhaços, mas se deparavam com grandes artistas”, conta ela, que se emociona ao longo do programa ao falar da própria história.
Como aprendizado de todo esse convívio e dessa obra, Leandra traz uma grande inspiração.
– Espero envelhecer como elas, envelhecer em cena e ver o tempo passar em sua pele, envelhecer com dignidade – finaliza.
Fonte: Observatório da Televisão