“Direitos Humanos é para relatar as contradições da vida”

Diante do discurso da liberdade de expressão, o deputado federal, Jair Bolsonaro, defende que os “Direitos Humanos é o Esterco da Vagabundagem” e muita gente aplaude, reverbera, e, ainda, difunde e reforça a ideia de que direitos humanos significa “direitos de bandido”. Mesmo assim, todo e qualquer criatura na deliquência, constitucionalmente, tem direito à assistência jurídica e social, afinal de contas, também, é humano,

Jornalista Marcelo Canelas. Foto: OAB-MA

O jornalista Marcelo Canelas definiu de forma sábia que “Direitos Humanos é uma vitória da civilização contra a barbárie”.

A afirmação foi feita durante bate-papo com profissionais do Direito, da Comunicação, entre outras atividades, no lançamento do 1º Prêmio de Jornalismo da OAB-MA, realizado na noite dessa segunda-feira (7/8), no auditório da entidade, no Calhau.

“Atenas, Mutucas, Boi e Bode”, da Santa Ignorância Companhia de Arte, em parceria, com a Petit Mort Teatro. Foto: OAB-MA

Artes Cênicas

A abertura do evento contou com o espetáculo “Atenas, Mutucas, Boi e Bode”, da Santa Ignorância Companhia de Arte, em parceria, com a Petit Mort Teatro. A peça, com direção de Lauande Aires e Igor Nascimento, é uma espécie de triangulação: “tragédia, bumba meu boi e São Luís, Atenas Brasileira”. Reflete a relação entre o misticismo religioso, o folclore e os conflitos contemporâneos marcados pela injustiça social, num total desrespeito aos princípios básicos dos Direitos Humanos.

Dois pesos e duas medidas

Quando é para se discutir “Direitos Humanos, a imprensa tem um papel duplo sobre o tema: ela pode atuar tanto como defensora quanto violadora. Como exemplo os programas policiais, que não respeitam a privacidade das vítimas,  a intimidade de crianças e adolescentes em conflito com a lei, principalmente das pessoas que vivem vulneráveis socialmente.

Os veículos de comunicação também têm responsabilidade em difundir a ideia de que direitos humanos significam “direitos de bandido”. Sejamos realistas: as empresas de comunicação, a grosso modo, não têm interesse editorial em pautar o tema.

Por outro lado, num país em que ser corrupto é sinônimo de impunidade, em que a web 3.0, por meio, das redes sociais,  cria seres humanos, que curtem, compartilham e comentam, polarizam ideologicamente, reforçando preconceitos, xenofobia, homofóbica, racista, enfim, atuando verdadeiros donos de uma verdade absoluta.

Diante dessa triste realidade e violação aos direitos humanos é necessário se discutir com sensatez e se envolver como cidadãos as causas sociais e humanitárias, principalmente, num Brasil tão desigual.

Louvável

Iniciativas como a do 1º Prêmio de Jornalismo da OAB-MA tem uma simbologia para profissionais da comunicação e a população.

Em uma sociedade como o Brasil, em que temos tantos desvios, cabe ao jornalista a responsabilidade e o compromisso da profissão como ciência de construir uma cultura de “Direitos Humanos”, dando voz a quem precisa revelar informações para corrigir e se mostrar as contradições da vida.

A pauta sobre direitos humanos é essencial para o fortalecimento da democracia.

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