Rita transforma o Espigão em terreiro de musicalidade

A musicalidade vigorosa e o discurso contundente de Rita Benneditto reverberam os meus ouvidos movidos por uma fé e na circulação de boas energias.

Rita Benneditto: faz a festa no aniversário de 405 anos de São Luís. Foto: Márcio Vasconcelos.

A cada encontro com  ela como ouvinte é sempre surpreendente. E no show para celebrar os 405 anos de São Luís, realizado na noite dessa sexta-feira (8/9), no Espigão, localizado na Ponta D´Areia, Rita se empodera de um axé singular, adepta aos toques da umbanda, do tambor de mina, do sotaque de bumba meu boi, transformando toda a sua maranhensidade em um ritual, caldeirão efervescente, dançante e global, que celebra a vida, leva a plateia a  uma viagem reflexiva, em um mundo que anda tão complicado, mas que não podemos esquecer de preservar, respeitar e cultuar o passado, a ancestralidade religiosa de matriz africana e indígena existentes pras bandas de cá.

A artista, na minha opinião, uma das melhores na música brasileira contemporânea, se manifesta no palco como uma entidade, trazendo em sua musicalidade uma textura rock´n´roll, ‘Tecno’ cheia de Macumba e Incantaria, compartilhada com um “power” trio formado por: Fred Ferreira (guitarra e vocais-diretor musical do espetáculo), do jovem Pedro Dantas (contrabaixo e vocais), que tive o privilégio de vê-lo no berço e Ronaldo Silva (bateria, programações e vocais), filho de Robertinho Silva, um dos maiores bateras brasileiros, juntamente com o saudoso Wilson das Neves.

Enfim, pegando carona na escrita da jornalista Carla Lima, de O Estado do Maranhão, em qualquer terreiro ou lugar, a religião de Rita Benneditto é a música.

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