Labaq, cantora paulistana, nascida na cidade de Franca, está em São Luís, para show nesta sexta-feira, (13), no Reocupa, na rua Afonso Pena, nº 20, no Centro Histórico de São Luís, numa iniciativa da SACTHMO PRODUÇÕES.
Nesta quarta-feira, 11, véspera de feriado, ela participa, como convidada, juntamente com o Caio Prado (RJ) e Silvino (SP), do show de lançamento do CD “BORDEL DE AMIANTO”, do músico maranhense Vinaa, na Fanzine Rock Bar, na avenida Beira-Mar, no Centro Histórico de São Luís.
Trajetória
Houve um tempo em que se encontrou suspensa no ar, olhando ali de cima todos os caminhos musicais que poderia percorrer e já havia percorrido, até chegar na linda – e nada dolorida – posição de mulher compositora, cantora, e instrumentista, sendo a guitarra elétrica o instrumento onde mais encontrou a versatilidade de poder brincar com mil sons, pedais e a adorável certeza de que nada precisa ser igual à nada: a constante mutação da artista é que dita, dia após dia, a regra.
Inquieta
Representando a nova safra de cantores e compositores brasileiros, no ano de 2012 foi convidada a estar na programação do “Brazilian Day Barcelona”, na Espanha, para onde levou o show de seu EP “Ir“.
Labaq é uma artista em constante movimento, já atuou em renomadas casas de show da Argentina, Chile, Uruguai, Inglaterra, França, Portugal, Suécia, Rússia e Polônia tendo a oportunidade de abrir o shows de artistas Renata Sousa, Maria Gadu e Max de Castro pelos países que passou.
Se tratando de brasil, circulou por diversos Estados, havendo se apresentado em espetáculo ao lado de Ellen Oléria e abrindo shows de artistas como Maria Gadu, Rubel, Diogo Nogueira, Flávio Venturini e Liniker.
Solo
Em conversa com o jornalista Pedro Sobrinho, Labaq declarou o seu amor pelo povo e a cultura de São Luís. Falou, também, do show solo de sexta-feira, 13, no Reocupa. Segundo a artista é um show em que ela se diverte. “A unidade deste show não está distante do disco, que conta com baixo, synths e bateria”, define a artista.
Na contramão
Indagada se fazer uma música que saia do lugar comum, ainda, está sendo viável, Labaq diz que não seria feliz fazendo uma música lugar comum somente para vender. E acha que nisso tudo, a “felicidade é essencial”.
PEDRO SOBRINHO – Você é uma artista que gosta de trocar informações viajando, se conectando com o mundo. Diante desses intercâmbios, como está mergulhada musicalmente a cabeça de LaBaq no momento ?
LABAQ – Sem dúvida me conectar com o que está ao redor de mim é o que me faz mover, desde sempre. Artista que tem a possibilidade de ter essa conexão com diferentes realidades e perspectivas de vida e mundo, eu creio que se entende e se entrega de outra forma à música. Eu estou cada vez mais entregue, buscando a minha identidade cada vez mais a fundo.
PEDRO SOBRINHO – O que são caractéristicos em suas composições ?
LABAQ – Guitarras elétricas com texturas sutis, atmosferas pra fazer voar, linhas de baixo ou bateria não convencionais, silêncios.
PEDRO SOBRINHO – Realmente ! A sua música parece ter uma relação boa com o silêncio. Você se considera uma artista introspectiva ?
LABAQ – Sem dúvida reflito muito as coisas e valorizo muito o meu tempo comigo mesma. Eu sempre fui bem tímida, nunca fui do tipo que fica cômoda de chegar chegando. E isso se reflete na minha música, eu penso.
PEDRO SOBRINHO – Você fala que devemos abrir um ‘riso’, que de dor, já chega o mundo’. Em um mundo cheio de turbulência, a música ainda salva ?
LABAQ – Acredito que sim. Imagino o mundo, caos como tem estado, sem a música seria tudo infinitamente mais pesado.
PEDRO SOBRINHO – Como está a sua militância por meio da música ?
LABAQ – A música é um meio de poder entrar na vida das pessoas e mudar algo ali. Quando a gente entende isso passa a ser a ferramenta pra podermos sugerir outro viés de pensamento a quem nos ouve. Procuro ser responsável pelo que eu digo e faço, pois, sei que cada vez mais existem mais pessoas me ouvindo. Isso eu agradeço sempre. Pra mim a música vai ser sempre a ferramenta pra trazer pouco mais de amor pra esse mundo.
PEDRO SOBRINHO – O que você gosta de conceber musicalmente nessas idas e vindas a São Luís ?
LABAQ – Amo poder ouvir os artistas da cena independente. Existem bandas, instrumentistas, artistas solo que muito me inspiram e fico feliz em poder ser contemporânea a eles, compartilhar mesmos palcos. Sou grande fã de São Luís, do povo e da cultura.
PEDRO SOBRINHO – Você é a grande incentivadora na organização do Sonora – Ciclo Internacional de Compositoras. E o projeto tem uma proposta manê(I)ra de dar visibilidade, promover e legitimar a presença feminina na arte da composição musical. As meninas compositoras daqui abraçaram a ideia. Você sente que o objetivo do projeto foi alcançado ?
LABAQ – O Sonora surgiu em um momento de necessidade de falarmos da mulher na música no mundo. Fico imensamente feliz em poder ver ele voando por São Luís. Acho que é um assunto de todos nós, sem distinção de gênero ou de cidade, país. O festival chegando onde tem chegado é a maior afirmação de que precisamos falar disso e sim. Pra mim estamos alcançando nossos objetivos, de fazer o mundo refletir os motivos de não termos muitas mulheres no ‘line up’ de grandes festivais, por exemplo.
PEDRO SOBRINHO – Você é exigente quando se trata de avaliar o trabalho de um outro músico. Como surgiu o contato pra participar do show do Vinaa ?
LABAQ – O contato veio através da grande amiga Fafá Lago, que sempre leva com tanto carinho meu trabalho a outros ouvidos. Soube do trabalho do Vinaa também por ela e a conexão aconteceu. Fico bem feliz em poder somar algo a esse momento tão especial na carreira do Vinaa, também muito grata pelo convite.
PEDRO SOBRINHO – Fora a participação com Vinaa, você tem um show na sexta-feira, 13, no Reocupa. Fale do formato do show ?
LABAQ – Aqui farei meu show solo, que me divirto muito em fazer. Andei bastante com esse show nos últimos anos. Este ano, especificamente, estive na Suécia, Rússia, Polônia. Eu acredito que é o melhor momento dele. Consegui chegar em uma unidade que não está distante do disco, que conta com baixo, synths e bateria.
PEDRO SOBRINHO – Você começou acompanhando outras pessoas. Veio a conquista da independência. De repente você estava em frente do palco. Pra finalizar a nossa conversa, para LaBaq fazer uma música que saia do lugar comum está sendo viável?
LABAQ – Sem dúvida. Ouvi uma frase essa semana e aderi pra minha vida. Eu ando comendo com esse disco e isso pra mim é a maior das alegrias que eu poderia ter, fazer uma música totalmente independente. Por mais que tenha a veia do Pop, ainda não é o que mais se consome por aí por “n” razões. Eu não seria feliz fazendo uma música lugar comum somente pra vender e acho que nisso tudo, felicidade é essencial. Quando a gente tá feliz, faz nosso trabalho com outra energia, né?
PEDRO SOBRINHO – É concordo..(rsrsrs). Bom show na sexta-feira, 13, no Reocupa ?
LABAQ – Obrigado