No sábado (10/2), com a minha lente de contato de comunicólogo e folião, acompanhei pelas ruas do Centro Histórico de São Luís, ‘SERPENTINA’ e o ‘QUEER’ palavra de origem inglesa, cuja a tradução é para quem não esconde seu comportamento ou preferência sexual ou identidade de gênero.
As duas brincadeiras movimentam o Carnaval de Rua da Ilha, com ideologias distintas, mas tem algo em comum: a ocupação do espaço público, não apenas para fazer Carnaval como a festa do prazer e da Carne, mas para mostrar ao folião que mesma Pagã, também, tem o poder de transformar socialmente.
Na Fonte do Ribeirão, A SERPENTINA entra em cena de maneira irreverente, brincando com a lenda da Serpente, misteriosa, escondida no local.
Um bloco original, autoral, da família, em que o lado lúdico está embaixo da serpente vestida de chita, com 12 metros de comprimento, cheia de gente desmiolada, no bom sentido, expelindo bombons para o folião com espírito de criança, mas que não gosta de ver São Luís, a bela e imponente mulher, maltratada em alguns pontos pelos seus filhos.
Mudando de pau pra canoa, colei no ‘QUEER’, na minha opinião, o bloco revelação, ao lado do SÓ SAFADOS. A brincadeira pelo Coletivo “QUEER’, envolvendo Enme Paixão, Frimes, Only Fuego, Butantan, OBrunoso e o DJ Alladin, que movimentou a temporada pré-carnavalesca em São Luís com jovialidade, criatividade na fantasia, personalidade no ativismo e determinação a partir da música. Enfim, o bloco carnavaliza com um “BAILE FUNK”. É um legítimo “SARRO”, feito para dançar, divertir, empoderar e ponto. O Porto Seguro deles fica entre as ruas São João e Jansen Müller, próximo ao Laborarte.
De acordo com o Wikkipedia, ainda que a destruição do conceito de gênero seja uma questão nova ou distante para a maioria da sociedade, pensar sobre gênero também é pensar sobre liberdade e cidadania. Não existem certezas, mas questões sobre um humano mais plural.
No mundo atual onde pessoas se expressam de forma tão diversa e plural, o respeito à singularidade e a tolerância de cada individuo torna-se fator de extrema importância. Olhar para um mundo com mais respeito à diversidade dos gêneros é entender que o outro, independente de sua orientação é alguém que merece respeito e direitos políticos, sociais e econômicos.
Portanto, falar em uma educação que promova a igualdade de gênero não significa anular as diferenças percebidas entre as pessoas, mas garantir um espaço democrático, onde tais diferenças não se desdobram em desigualdades, hierarquias ou marginalizações.
E que a proposta do “QUEER” possa ocupar também espaço com dignidade no circuito oficial em outros carnavais, como um bloco que diverte e vivencia um mundo colorido de “AMOR E RESPEITO”.