As mulheres páram São Luís, nesta quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Elas vão celebrar a data como um dia de luta e protestos, numa articulação do FÓRUM MARANHENSE DE MULHERES, que ao longo das últimas décadas no Maranhão impõe a sua marca com iniciativas conjunta para garantir a igualdade de gênero no conjunto da sociedade local.
Insatisfação
As recentes mudanças que vem sendo empreendidas pelo Governo de Michel Temer, vistas pelos movimentos de mulheres e movimentos sociais como contra as reformas, têm gerado insatisfação e insegurança na população.
Além do desemprego que se amplia a cada semana o governo quer implantar “reformas” que irão modificar totalmente os direitos previdenciários dos brasileiros e brasileiras alterando o projeto de construção de uma sociedade de iguais, sem relações de gênero, projeto este que vinha sendo construído ao longo do governo de Lula e Dilma e que foi interrompido no atual governo.
Entre os retrocessos, segundo o Fórum de Mulheres do Maranhão, que mais atingem a população brasileira está a Reforma da Previdência que o governo do presidente da República, Michel Temer, vem tentando aprovar, porém as resistências dos movimentos de sociais e sindicais têm contribuído para impedir a aprovação desse projeto governamental.
O Fórum argumenta, ainda, que a Reforma da Previdência que o governo federal quer implantar atinge de forma direta as mulheres, os professores e os trabalhadores rurais que perderão os dois requisitos que atualmente os diferenciam para efeito de aposentadoria: idade e tempo de contribuição.
Ao afirmar que essa equiparação é justa – afinal trataria de forma paritária todos os trabalhadores – o governo desconsidera, todas as desigualdades do mercado de trabalho, uma vez que o diferencial entre homens e mulheres na previdência social é o único mecanismo a reconhecer a divisão sexual do trabalho, que destina às mulheres piores salários, piores condições de trabalho e maiores responsabilidades do trabalho não remunerado.
Apartheid Social
Além da gravidade deste problema, observa-se o desmonte do Estado, com a extinção de ministérios, de programas e projetos que o governos de Lula e Dilma Rousseff vinham implementando para diminuir as desigualdades de gênero.
Feminícidio
A extinção do Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres pelo governo Temer, contribuiu para agravar um conjunto de problemas, entre as quais a violência contra a mulher que nos dois últimos anos tem aumentado assustadoramente em todo o Brasil.
Os índices de violência e feminícidio são problemas que exigem medidas urgentes do Estado e da sociedade. A gravidade do problema está nos números que são alarmantes.
Segundo dados divulgados pelo Data Folha em 2017 mostram que 22% das brasileiras sofreram ofensa verbal no ano passado, um total de 12 milhões de mulheres. Além disso, 10% das mulheres sofreram ameaça de violência física, 8% sofreram ofensa sexual, 4% receberam ameaça com faca ou arma de fogo. E ainda: 3% ou 1,4 milhões de mulheres sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento e 1% levou pelo menos um tiro.
Uma em cada três mulheres sofreram algum tipo de violência no último ano. O número de agressões físicas, é alarmante: 503 mulheres brasileiras vítimas a cada hora.Dentre as maiores vítimas estão as negras. Também foram as negras as maiores vítimas de assassinatos que aumentou (54%) enquanto o de brancas diminuiu (9,8%) segundo o Mapa da Violência de 2015.
No Maranhão a taxa de homicídios contra mulheres cresceu assustadoramente segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), houve um aumento de 130% nos casos de violência contra mulheres. Dados do Departamento de Feminicídio do Maranhão revelam que ocorreram 25 mortes de mulheres em 2015. Em 2016 o número subiu para 28 mortes; e em 2017 foram registradas 47 mortes de mulheres no Maranhão.
Esses fatos são os principais argumentos para as mulheres pararem no 8 de março. Durante todo o mês de março serão realizadas várias atividades em defesa da mulher maranhense.
Programação:
8/3
Manifestação no Terminal do Maracanã
Lançamento de uma cartilha com dados sobre a violência no Maranhão
Maracanã
Exposição
8/3
Parada Estadual de Mulheres: concentração Praça Deodoro com destino a Praça Nauro Machado
Praça Deodoro
Praça Nauro Machado
11/3
Curso de Formação para criação de uma Rede de Enfrentamento da violência contra a mulher
Santa Inês
12/3 a 16/3
Palestras nas Escolas sobre Violência e educação de gênero
Cidade Operária
15/3
Palestra sobre Violência nas escolas da rede publica e nas universidades
São Luís
18/3
Atividade do Conselho Municipal da Mulher em celebração ao Dia Municipal da Mulher
Pça Benedito Leite
19/3
Mesa Redonda sobre A importância do trabalho das mulheres na administração municipal
Conselho Municipal
24/3
Café da Manhã
Roda de Conversa
Oficina de Yoga
Sindicato dos Bancários
27/3
Caminhada das Mulheres pela vidas das mulheres e pela Paz
Cidade Operária
30/3 e 31/3
Curso de Formação para criação de uma Rede de Enfrentamento da violência contra a mulher com professores da Rede de Ensino
– São Luís/SEDUC