É tempo de cair na dança com o bumba meu boi, tambor de crioula, do cacuriá, entre outras vertentes da Cultura Popular do Maranhão. Embora esteja fora de moda, por quem não vê a festa junina como devoção, acender a fogueira para Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal, também é preciso.
Pois bem, não quero aqui neste post “patrulhar” quem quer que seja, foi apenas um lembrete. O bom da festa é misturar tradição e modernidade. Até porque o que é modernidade hoje vai se tornar tradição amanhã.
É pegando carona nesta discussão do que é tradição e modernidade, que resolvi destacar o Choro, uma das formas de expressão artística mais brasileiras, que funciona numa fronteira entre o popular e o erudito. Mesmo sendo uma sonoridade fechada para muitos, o bom do choro é saber que não tem geografia, idioma e tampouco é datado.
E São Luís, uma ilha cercada de rótulos por todos os lados, também poderia ser considerada a “CAPITAL DO CHORO” ? Eu percebo pela movimentação dos produtores, (como bom exemplo o trabalho desenvolvido por Ricarte Almeida), e dos músicos que adotaram o gênero como diversão, respeito e mantendo a tradição.
Longevidade
A história do Choro no Maranhão se confunde com a trajetória do Regional Tira-Teima, um grupo com mais de 30 anos de existência, um dos mais antigos no Estado, ou seja, uma espécie de RESISTÊNCIA CULTURAL.
Celebração
Na noite, dessa terça-feira (19/6), o grupo lançou seu primeiro CD, ‘GENTE DO CHORO”, no imponente Teatro Arthur Azevedo. Fizeram a festa no palco Paulo Trabulsi (cavaquinho solo), Serra de Almeida (flauta), Sadi Ericeira (cavaquinho centro), Zé Carlos (pandeiro), Henrique Brasil (percussão), e os violões 7 cordas Francisco Solano e Luiz Júnior, além dos convidados, o violonista e compositor João Pedro Borges, o bandolinista Wendell Salles, o cavaquinista Zeca do Cavaco, os cantores Augusto Pellegrini, Rosa Passarinho, Carlinhos Cuíca, Anna Cláudia e Gabriela Flor.
O disco teve a direção e produção musical do maestro Luiz Júnior, produção executiva da jornalista Edvânia Kátia e coordenação geral do músico e instrumentista Paulo Trabulsi.
Todo o projeto gráfico foi concebido pelo artista plástico Milton Lozano, que foi buscar inspiração na bela obra “Arrastão”, assinada pelo artista plástico Cordeiro do Maranhão, que dá vida à Praça dos Pescadores na Avenida Litorânea.
Voltando a falar do show, foi singelo e signficativo, em que os músicos que compõem a atual formação do grupo apresentaram um repertório autoral, contaram histórias de figuras ilustres que contribuíram na disseminação do Choro na ilha, como Léo Capiba, que foi integrante do grupo, assim como Ubiratan Sousa (violão), Chico Saldanha (violão), Fernando Cafeteira (violão), Adelino Valente (bandolim), César Teixeira (cavaquinho), Antônio Vieira (percussão) e Hamilton Rayol (vocal), também ex-integrantes do Tira-Teima.
Alma Brasileira
‘CHORO DA GENTE’ é a melhor tradução para um grupo que mantém vivo no Maranhão, especialmente na capital do Estado, São Luís, o gênero musical tombado como Patrimônio Imaterial do Brasil, que não oxida e alimenta a alma.
FICHA TÉCNICA
LISTA DAS MÚSICAS
Companheiro (Francisco Solano e Paulo Trabulsi)
Gente do Choro (Paulo Trabulsi)
Dom Chiquin (Serra de Almeida)
Apelo (Autor desconhecido)
Meiguice (Paulo Trabulsi)
Pra Ser Feliz (Léo Capiba)
Aguenta Seu Florêncio (Wendell Salles)
Teimosinho (Luiz Júnior)
Zona do Agrião (Léo Capiba)
Embolada (Serra de Almeida)
Anjo Meu (Wendell Salles)
Choro Nobre (Serra de Almeida)
Simples como Serra (João Pedro Borges)
Arranjos
Regional Tira-Teima
Gordo Elinaldo – nas faixas Pra Ser Feliz e Zona do Agrião
João Pedro Borges – na faixa Simples como Serra
Ubiratan Sousa – nas faixas Companheiro, Apelo e Gente do Choro