Desde seu terceiro e último disco, lançado há três anos, o Bixiga 70, formado por Cris Scabello (Guitarra), Cuca Ferreira (Saxofone Barítono e Flauta), Daniel Nogueira (Saxofone Tenor e Flauta), Daniel Gralha (Trompete), Décio 7 (Bateria), Douglas Antunes (Trombone), Marcelo Dworecki (Baixo), Mauricio Fleury (Teclados e Guitarra) e Rômulo Nardes (percussão), fez mais de cem shows ao redor do mundo.
Tocou em festivais como Glastonbury, North Sea Jazz Festival, Roskilde, Womex, Jazz à Vienne, Womad Australia/Nova Zelandia, fez várias apresentações na França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca, Suécia, EUA, Marrocos, Índia, Nova Zelândia e Austrália, sem contar os espetáculos memoráveis Brasil afora.
“Quebra-Cabeça” (Deck), o quarto álbum da banda, fechado com onze faixas, é em boa parte fruto dessas andanças. Das trocas com músicos de diferentes países e das reflexões geradas pelos encontros da banda paulistana, situada no barro do Bixiga, com plateias tão diversas.
Novo álbum foi lançado em shows no Sesc Pompeia (SP), na semana que passou. Reuniu jornalistas, fãs e nomes da música, com apresentação do dancer Jimmy The Dancer (protagonista do novo clipe da banda paulistana).
Talvez não seja contraditório dizer que “Quebra-Cabeça” é ao mesmo tempo um passo natural no processo de amadurecimento do Bixiga 70 e um ponto de inflexão na carreira do grupo. Os dois primeiros discos traziam composições individuais, no terceiro as composições e arranjos foram coletivos e neste quarto disco a colaboração se aprofundou: começou a ser composto há mais de um ano, em sessões de ensaios, em que partiam do zero.
Entravam no estúdio, escolhiam “um clima” e saíam tocando. Das horas e horas de material bruto, pinçavam e lapidavam o que lhes agradava, moldando lentamente cada uma das dez faixas. Mas se os três primeiros discos foram gravados ao vivo, desta vez os instrumentos foram captados separadamente, ampliando muito as possibilidades de “overdubs” e outros recursos de pós-produção, em parceria com o produtor Gustavo Lenza.
O longo processo resultou em arranjos, texturas e sons mais complexos, sem perder as características que levaram o Bixiga 70 a ser elogiado pelo Guardian, Financial Times, Mojo, The Wire, entre outros veículos: a épica intensidade sonora, o bombardeio rítmico, as fortes raízes brasileiras misturadas ao funk, ao reggae, ao afrobeat, ao soul e outras tantas músicas dançantes. Com “Quebra-Cabeça”, melhor disco da banda até aqui, o Bixiga 70 inova, mas repete a proeza dos álbuns anteriores: coloca o Bixiga no mundo e o mundo no Bixiga – não necessariamente nessa ordem.
“Quebra-Cabeça” é o primeiro lançamento do Bixiga 70 pela gravadora Deck. O disco está disponpivel nas plataformas digitais e nas lojas em CD, Vinil e Cassete.
Para ouvir: https://Bixiga70.lnk.to/QuebraCabecaAlbumPR
Fonte: Antonio Prata