É óbvio que a cultura e o turismo estão interligados sob aspectos econômico e social. E se referindo a São Luís, os festejos juninos estão legitimados como a nossa maior fonte de expressão cultural e turística. Durante o período junino na ilha, em que Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal são reverenciados, o que sempre se constata na festança temporária que ela mexe com a autoestima do maranhense, embriaga a todos, aquece a economia e melhora qualidade de vida das comunidades.
Esta é a época em que São Luís pulsa cultura e toda vocação cultural precisa ser abastecida e estimulada o ano inteiro. Este ano, a festa foi intensa e com aquela impressão de revitalização, que não seja movida por um modismo. Além do povo na rua, arraiais lotados, houve a decoração junina feita na Praia Grande, com bandeirinhas formando mosaicos de personagens típicos do bumba meu boi, além de um painel construído na parede da Casa do Maranhão, em frente a Praça dos Catraeiros, atrairam uma legião de pessoas. Eram pais, mães e filhos fazendo ‘selfies’ tendo os espaços decorados como cenário.
A novidade também se estendeu a escadaria da rua Graça Aranha, com a pintura feita pelo artista maranhense Gil Leros, inspirada no tambor de crioula, lembrando a conhecida Escadaria Selarón, situada no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, seja valorizada da mesma maneira que a arte de Jorge Selarón se tornou um ponto de visita na Cidade Maravilhosa.
Enfim, todos os esforços vêm sendo feitos tendo como pilar a diversidade e riqueza cultural existente por aqui. Precisamos colocar esta ilha definitivamente na rota do turismo consistente e respeitoso nacional e gringo. Potencial não nos falta.
A sugestão singela e repetitiva é que sejamos, sempre, vigilantes, preservando o nosso patrimônio arquitetônico, valorizando a essência das manifestações culturais existentes no nosso imaginário popular (bumba meu boi, tambor de crioula, etc). Não sei, se estou sendo deselegante com o ‘status quo’, mas acho necessário, também, se dar ênfase a outras linguagens culturais, que também possibilitem a sensação de pertencimento como estratégia de gestão pública.
Este diálogo híbrido culturalmente, acredito, ser também uma opção para fazer da cultura um instrumento de transformação social, inovador, consciência crítica e de desenvolvimento sustentável.