Sem abandonar o projeto Tecnomacumba (2003), ação mais bem-sucedida da carreira da artista, Rita Benneditto mostrou em dois dias, ou seja, na quinta (30/1) e sexta (31/1), o SAMBA DE BENNEDITTO, um trabalho voltado para o samba, gênero pouco evidenciado na discografia da cantora e compositora maranhense.
Reunindo 26 sambas, entre clássicos e composições da própria Rita, é uma viagem na história da cultura afro brasileira, desde as rodas dos terreiros, passando nos sambas de roda da Bahia, e sem esquecer suas raízes, o samba do Fuzileiro da Fuzarca, os blocos tradicionais, o bumba meu boi, Santa Rita de Cássia, seu Pai Fausto Benedito, São Benedito, o santo dela de devoção, a região de São Benedito do Rio Preto, no Maranhão, terra natal da artista.
Nomes como: Jovelina Pérola Negra, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Dorival Caymmi e o maranhense Antônio Vieira, entre outras referências musicais da artista. Seu novo single: “Benneditto Seja” mescla o balanço do samba com a personalidade musical da artista e seus santos de devoção.
Rita arrebatou uma platéia fanática por sua arte e seu axé em dois dias show na casa paulistana. Conterrâneos e chegados que moram ou passaram por São Paulo para prestigiar o show “SAMBA DE BENNEDITTO” só rasgaram elogios ao repertório, a alegria, originalidade, personalidade e vitalidade de Rita, extremamente afinada, no Palco. Enfim, Salve São Benedito! Salve Santa Rita! Benedito e bendito seja, a voz e o talento de Rita Benneditto.
Em cena desde o início dos anos 1980, mas projetada em escala nacional somente a partir da edição do primeiro álbum em 1997, Rita Benneditto tem cacife para cantar em qualquer terreiro. Infelizmente, no Maranhão isto é não é perceptível. Como jornalista e entusiasta da música e do movimento cultural no Estado, não quero polemizar, mas usar o bom senso e procurar entender questionando.
Por que o “SAMBA DE BENNEDITTO”, um disco que acaba de sair do forno, cujo o objetivo não é explorar a essência do samba carioca, mas sim 90% da vertente maranhense do samba, fica de fora de um Carnaval, cuja filosofia é a diversidade musical com sentimento e a identidade da cultura local ? Será que não seria um boa opção para o Carnaval de Rua e oficial de São Luís ?