“O Brasil é um Estado Laico em teoria, na prática há uma “teocracia” sendo construída por dentro dele, comendo e subjugando instituições.
Igrejas são atores políticos e devem ter suas vozes ouvidas em interesses das comunidades. O problema é que isso tem sido usado para o massacre de direitos de minorias por pessoas que subvertem a fé honesta de terceiros em busca pessoal do poder”.
Estas inversões de valores são nítidas em uma sociedade anestesiada. Em uma quinta-feira de agosto (27/8), assisti uma cena “patética”, “grotesca”, na região do Anel Viário, no Centro Histórico de São Luís. Um jovem negro assaltava dentro de um ônibus para roubar pertences de passageiros e à população revoltada queria linchar o suspeito.
É óbvio que o jovem rapaz estava errado, mas bastava acionar à polícia para cumprir o seu papel e prender a pessoa pelo crime cometido. Mas, o que me chamou atenção era o comportamento de alguns “cristãos”, que usam o nome de Deus, mas fazem apologia à violência. Tinha um senhor exaltado em outro ônibus que desceu, também, para fazer justiça com as próprias mãos, colocando à vida em risco.
Cá com a minha mente “sã”, fiz a leitura: realmente, que sociedade insana, a cada dia raciocinando menos. Vivenciamos uma guerra civil, de classe e dos iguais, ou seja, sem demagogia, conflito tolo entre “pobres contra paupérrimos”, em que os dois lados saem perdendo.
E por outro lado, a “corrupção”, em nome da prosperidade de poucos, corre frouxo neste Brasil deitado em berço esplêndido. E esta mesma população que defende o linchamento humano de invisíveis socialmente, em praça pública, fica em silêncio. Ninguém diz nada. Que País “surreal” este nosso !!!