Aproveitei a manhã de sol desta terça-feira (6/7) para uma audição do novo disco de MARISA MONTE, intitulado PORTAS, a primeira impressão é que a ela abre caminhos para que a luz possa entrar e iluminar os tempos sombrios que vivemos. Sobre a importância das portas, ela canta: “Todas dão em algum lugar / E não tem que ser uma única / Todas servem para sair ou para entrar / É melhor abrir para ventilar esse corredor”.
Em entrevista ao FANTÁSTICO, da REDE GLOBO, no último domingo, ela explica de onde veio a ideia de PORTAS: “No começo de 2020, meu plano era entrar em estúdio em maio. Eu já tinha um repertório pronto, produzido ao longo dos últimos anos com diversos parceiros, esperando a hora certa de gravar. Mas, em março, as portas se fecharam e ficou impossível seguir com os planos”, conta Marisa.
Outro diferencial neste novo trabalho de MARISA MONTE é CHICO BROWN. Ele é o que há de novo em lançamento da artista. Das 16 canções do disco, cinco são do filho de Carlinhos Brown e neto de Chico Buarque, disparado um dos grandes compositores contemporâneos. CHICO BROWN é o autor de cinco das 16 canções do álbum, entre as quais, “Calma”, “Déja Vu”, “Medo do Perigo”, “Em Qualquer Tom” e “Fazendo Cena”.
Para além de CHICO BROWN, há boas parcerias mais uma vez com Arnaldo Antunes, Nando Reis, Dadi, Marcelo Camelo, Flor, Seu Jorge e Pretinho da Serrinha. Deste último vale destacar o belo samba com jeitão tradicional “Elegante Amanhecer”.
A gravação nos remete ao belo álbum “Tudo Azul”, da Velha Guarda da Portela, produzido pela cantora em 1999. Coube como uma luva no repertório do disco.
Curiosamente, algumas gravações do álbum foram produzidas em parceria com o cantor e guitarrista americano Arto Lindsay, expoente da vanguarda novaiorquina. A despeito dos metais e do excelente arranjo de cordas pelo maestro Arthur Verocai que imprimem a sonoridade soul de “Calma”, suas contribuições soam bem mais comportadas do que normalmente são.
Em relação aos shows de divulgação do disco, Marisa é menos otimista.
– Não temos uma data certa para voltar aos palcos. Ainda está difícil fazer planos. Dependemos da vacina e da maioria da população imunizada. Talvez no final do ano, se tudo der certo em 2022, a gente vai ter a alegria de se encontrar de novo. Comecei minha vida na música com 19 anos e nunca fiquei tanto tempo sem cantar ao vivo e sem encontrar o meu público. Estou sentindo muita falta, não vejo a hora de poder cantar junto – lamente. “Nós também, Marisa”.