Back2Black: festival de música preta no RJ

A DEUSA MÚSICA me levou em NOVEMBRO DE 2012 ao BACK2BLACK, no RIO DE JANEIRO. Fui para ver LAURYN HILL. Gritando “Rio, Rio, Rio” e levantando uma plateia mais que calorosa. Foi assim que Ms. Lauryn Hill iniciou, às 2h da madrugada daquele sábado (24), o principal show da primeira noite da quarta edição do festival Back2Black (B2B), no ESTAÇÃO LEOLPODINA, no Centro do Rio. A cantora norte-americana abriu o show com o famoso hit “Killing me softly”, com um arranjo bem diferente do original, levantando os cerca de quatro mil presentes.

Além do palco principal, lembro que o festival naquele ano teve o Palco Petrobras, que teve como atrações as bandas Novíssimos, o músico recifense SIBA e o percussionista congolês JUPITER BOKONDJI.

Um vagão da antiga estação de trem da Leopoldina também chamava a atenção do público. Batizado de VAGÃO DA PETROBRAS, o espaço era reservado para quem quisesse se inscrever e cantar com uma banda do evento. O público gostou e se arriscou improvisando apresentações

Pois bem, a África surge mais uma vez, por meio de suas filhas, filhos e filhes, como o norte e o sul do Back2Black. Nesta 11ª edição, o festival – que é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e Shell, com captação via Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, e patrocínio do
Youtube – retorna com música, palestras, arte contemporânea, fotografia, teatro, moda, dança, literatura, rodas de conversa e gastronomia, desta vez, no Armazém da Utopia e no Parque Madureira.

A programação começa na Zona Portuária no dia 25 de maio (quinta-feira), data em que se comemoram os 60 anos do Dia da África. A série de diálogos de Pret’Upias, além de enaltecer a essência desse dia como uma gratidão ao continente africano como o berço da civilização, demonstrará também uma perspectiva de futuro a ser construído sob as perspectivas africana e afrodiaspórica. Ideais que vão ecoar por todo o festival.

Se quando o B2B começou, em 2009, a música africana era apenas um nicho do eurocêntrico rótulo “world music”, agora, ela pertence ao mainstream lotando estádios e circulando pelos grandes festivais e festas das grandes metrópoles. Antenado com tudo isso, o Back2Black traz ao Brasil, de forma inédita dentre os festivais do país, as novas sonoridades
festivas que estão influenciando a música pop: os afrobeats (ou afropop), uma gama de ritmos eletrônicos diversos criados nas década de 2000 e 2010 que têm, em sua essência, batidas de matrizes africanas; e amapiano, ritmo eletrônico que, hoje, é considerado o “novo deep house”
após balançar massivamente as pistas, e os quadris, na África e na Europa. Além disso, o B2B volta a trazer alguns expoentes de estilos musicais africanos já consagrados, como o jùjú, e o politizado afrobeat original, criado pelo gênio nigeriano Fela Kuti na década de 1960 – uma
influência, inclusive, para os afrobeats. Fique ligado porque terão mais resenhas sobre o Back2Black aqui neste Blog.

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