Empregos temporários caem no Carnaval

Apesar do otimismo em algumas regiões do Brasil, como Belo Horizonte, onde se espera um aumento de 20% no número de foliões, cidades como Salvador e Rio sentem os impactos da crise.

Comparado com o ano de 2016, nota-se uma redução de cerca de 14% no número de vagas temporárias para o carnaval em todo o país. Foto: Divulgação

De acordo com Willcker Braga, Country Manager Jobatus Brasil, no mesmo período o número de ofertas de emprego para o setor reduziu em 42% na web.

Em contrapartida, o número de Engenheiros em busca de emprego cresceu cerca de 20%. Em Jobatus, buscador de emprego com ofertas em todo o país, o impacto da crise na folia também é evidente. Comparado com o ano de 2016, nota-se uma redução de cerca de 14% no número de vagas temporárias para o carnaval em todo o país.

Segundo Jobatus algumas regiões foram ainda mais impactadas, como cidades do interior e as tradicionais cidades do Rio de Janeiro e Salvador, que mesmo com as maiores festas do país, tiveram quase 20% de redução no número de empregos para o evento.

A grande novidade é para Belo Horizonte, que apresentou um aumento de 38% em ofertas temporárias para o período.

Crise atinge todos os estilos de folia: do axé ao samba

Parece que a crise econômica por qual passa o país atingiu em cheio a maior festa de rua do planeta. Cidades como Salvador e Rio de Janeiro reduziram ou até mesmo cancelaram a participação de blocos tradicionais. A falta de patrocinadores e instabilidade econômica provocada pela crise são apontadas como as principais razões.

Blocos tradicionais do carnaval baiano como Cheiro de Amor, Nana Banana, Araketu e Yes revelaram que estarão de fora da folia em 2017. Até mesmo estrelas do axé music reduziram sua participação. Ivete Sangalo com seu tradicional bloco Coruja irá sair apenas dois dias, um dia a menos que o ano anterior e somente um dia com o Cerveja e Cia. Claudia Leite foi outra artista que reduziu sua participação com o bloco Largadinho, somente dois dias.

Apesar dos cortes são esperados mais de 750 mil turistas na capital baiana segundo a prefeitura da cidade. Serão gerados cerca de 210 mil empregos temporários no carnaval, vale lembrar que no ano de 2016 esse número foi de 250 mil. Mesmo com o impacto da recessão, a rede hoteleira se encontra com ocupação de cerca de 97% e espera-se uma movimentação financeira de cerca 1,5 bilhões de reais.

A crise afeta também o mais famoso carnaval do país. No Rio de Janeiro, escolas de samba afirmam perder 40% de receita e quase 60 blocos deixam de sair também por falta de patrocínio. No entanto, para a rede hoteleira este impacto foi menor, 60% dos quartos na cidade maravilhosa já foram reservados por estrangeiros e 80% dos camarotes no Sambódromo já foram negociados.

Contra a corrente: carnaval em BH cresce e geração de empregos aumenta em até 150%

No Estado do pão de queijo, Minas Gerais, algumas cidades com carnaval tradicional como Poços de Caldas, Ouro Branco, Nova Lima e Patos de Minas também cancelaram a folia.
Já a capital, Belo Horizonte, caminha em direção oposta e a crise parece não ser um problema, prometendo um carnaval ainda maior que anos anteriores. A cidade até pouco tempo não fazia parte do cenário da folia.

É esperado em Belo Horizonte um fluxo de 2,4 milhões de foliões, um crescimento de 20% comparado com o ano anterior. Em relação ao número de turistas este número é de 500 mil, quase cinco vezes mais que o ano de 2016.

Os números também são positivos na geração de emprego, somente para vendedores ambulantes, a Belotur (Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte) abriu, este ano, o cadastro para 8490 profissionais, contra 3400 de 2016, ou seja, um aumento de 150%. Além disso, segundo a assessoria de imprensa da empresa municipal de turismo, toda a cadeia produtiva do turismo será impactada, principalmente bares e restaurantes, e claro, a rede hoteleira, que terá maior ocupação.

Na terra da garoa, São Paulo, o impacto da folia na economia do município também é visto como positivo por comerciantes do setor. De acordo com a avaliação dos lojistas da região da rua 25 de Março, as vendas para o carnaval já estão melhores que 2016 e apostam em um crescimento de 10% a 12%.

Alguns lojistas apostam em um crescimento de até 30%. No entanto, para a Associação Comercial de São Paulo o cenário não é tão otimista, já que o mês de janeiro deste ano representou uma queda de 5% no comercio varejista paulistano comparado com 2016.

Em cidades como João Pessoa na Paraíba e Olinda, Recife, os cortes no orçamento também podem afetar a festa dos foliões. Em Recife, por exemplo, a policia militar que reduziu seu efetivo durante o pré carnaval, ameaça parar nos dias do evento.

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