Siba & banda com o Baile Solto em São Luís

Em seu novo trabalho solo, Siba retoma os ritmos da música de rua de Pernambuco como elemento central de seu trabalho. Deixando um pouco de lado os questionamentos íntimos que tanto definiram seu último disco (“Avante”, 2012), Siba parte da posição desprivilegiada que o Maracatu de Baque Solto ocupa no panorama cultural brasileiro para elaborar um discurso poético e musical que arrisca um olhar atento para o que está ao seu redor, embalando rimas de tom político e extrapolando o contexto local que lhe serviu como ponto de partida.

Siba retorna a São Luís, para show único nesta sexta-feira, dia 10/2, no Fanzine Rock Bar, na avenida Beira-Mar. Apresentação faz parte da primeira iniciativa musical do Festival BR-135 em 2017, idealizado pela dupla Criolina, Alê Muniz e Luciana Simões. Foto: Divulgação

O álbum foi gravado nos estúdios da YBmusic, no final de 2014. É na divulgação do trabalho que Siba retorna a São Luís, para show único nesta sexta-feira, dia 10/2, no Fanzine Rock Bar, na avenida Beira-Mar. Apresentação faz parte da primeira iniciativa musical do Festival BR-135 em 2017, idealizado pela dupla Criolina, Alê Muniz e Luciana Simões.

Em suas palavras: “O texto deste De Baile Solto pode ser lido como uma tentativa – às vezes frustrante- de expressar a grandeza absoluta de uma ave de rapina ante a arrogância dos senhores que se arrastam pela terra, exaltar a potência criativa e social de formas de expressão forjadas coletivamente por pessoas marginalizadas e excluídas, reafirmar a crença tola na embriaguês do verso, dizer de um amor só possível em laço de família de qualquer tipo,levantar voz contra fantasmas de carne e osso, reafirmar o valor da amizade e camaradagem,negar ao dinheiro o lugar central que o permitimos ocupar em nossas vidas, forjar uma fuga imaginária para um mundo em que caiba o poeta e, por que não, seus inimigos também, aceitar que a vida é muito mais curta do que os desenhos, que a água e o fogo forjam com o tempo e que talvez, de eterno, só mesmo o canto que o pássaro deixou guardado no escuro da árvore antiga…”

O som é fortemente marcado pelas guitarras entrelaçadas da música Congolesa, em constante conversa com os ritmos da Ciranda e Maracatu de Baque Solto, sempre presentes no trabalho de Siba, que complementa:

“De resto, o gosto pela saturação do som, a dança como finalidadeauditiva, a vontade de que nunca se acabe. São elementos essenciais na música ritual e de rua do Brasil,que me inspiram e embalam.”

Siba

Nascido na cidade cosmopolita do Recife, em uma família que até hoje mantém sua forte ligação com suas origens rurais, Siba cresceu entre a cidade e o interior, dois mundos que fazem parte de um mesmo todo.

Desde seus primeiros contatos com as tradições da Mata Norte, começou uma longa história de aprendizado e colaboração, exercitando ao longo dos anos os fundamentos da poesia ritmada para se tornar um dos principais mestres da nova geração do maracatu e dos cirandeiros. Ao mesmo tempo, como membro da banda Mestre Ambrósio, desenvolveu um estilo musical inovador e singular.

Em 2002, depois de morar em São Paulo por sete anos, formou o grupo Fuloresta, formado por músicos tradicionais de Nazaré da Mata. O álbum de estreia, “Fuloresta do Samba”, foi lançado em 2003, seguido de apresentações em todo o Brasil. O grupo também fezoito turnês europeias entre 2004 e 2011. “Toda vez que eu dou um passo / O mundo sai do lugar” foi o segundo lançamento de Siba e da Fuloresta, com participações como as de Céu, Beto Villares, Marcelo Pretto, Fernando Catatau, Isaar França e o cirandeiro Zé Galdino. Em 2008, o grupo gravou CD e DVD ao vivo, pelo Itaú Cultural, no qual o cenário do show foi produzido pela dupla de grafiteiros OsGêmeos.

Em janeiro de 2012, Siba gravou seu primeiro disco solo, “Avante”, que foi muito aclamado pela crítica.

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