O prefeito Marcelo Crivella quer embaçar o brilho das apresentações das escolas de sama do Rio de Janeiro. Em anúncio feito nessa segunda-feira (13/6), Crivella quer cortar 50% a subvenção de R$ 2 milhões dada a cada agremiação do Grupo Especial para o próximo Carnaval.
Com isso, escolas como a campeã Mocidade Independente de Padre Miguel e Estação Primeira de Mangueira – uma das mais tradicionais do Rio – podem não desfilar em 2018.
Segundo o prefeito, com o dinheiro repassado ao carnaval, ele pretende dobrar o valor diário gasto com crianças matriculadas em creches conveniadas com o município. Ou seja, por cada criança o Rio passaria a pagar R$ 20.
O vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco, lamentou a decisão de Crivella. Ele acredita ser impossível produzir um espetáculo a altura do carnaval do Rio de Janeiro com 50% da subvenção atual. E lembrou que o carnaval costuma atrair R$ 3 bilhões para os cofres públicos.
– As escolas são importantes bandeiras culturais da história do Rio de Janeiro. Geramos empregos, movimentamos a economia e oferecemos oportunidade de entretenimento e inserção social a uma camada considerável da população. Se as pessoas tivessem noção dos gastos para manter uma agremiação, teriam mais atenção com esse aspecto – disse Pacheco.
Como Pacheco, o presidente Chiquinho da Mangueira também concorda que o corte na subvenção pode comprometer o trabalho das escolas. Afinal, as agremiações têm um custo alto de manutenção de barracão, contratação de profissionais, como ferreiros, eletricistas, artesãos, além de artistas, como coreógrafos. São muitas pessoas e empregos envolvidos num desfile de carnaval.
A Liga Independente das Escolas de Samba vai promover uma reunião com os representantes das agremiações do Grupo Especial nesta quarta-feira (14), para discutir o assunto.