Artista multidisciplinar, Arnaldo Dias Baptista, ex-Mutantes, também se expressa por meio das artes visuais e da escrita. Começou a se dedicar aos desenhos, colagens e pinturas a partir de 1982 de forma espontânea e experimental, com ênfase no imaginário fantástico.
Investiga e re-significa todos os assuntos que lhe permeiam com total liberdade: teorias físicas, comportamentais, psicodelia, etimologia, teologia, erotismo, cultura popular e principalmente, musical. Por meio da figuração, o artista apresenta questões políticas, sociais, ecológicas, existenciais e metafísicas.
A linguagem vem de um rico universo pictórico e simbólico, sem censura, de modo que a cada obra, o espectador é convidado a conhecer algumas de suas facetas mutantes: a irônica, a transcendental, a melancólica ou a lúdica. Relacionando a música, a poesia, a escrita, a pintura, o desenho e a performance, Arnaldo e seu universo polifônico reverberam há algumas gerações, como um dos grandes representantes da contra-cultura nacional.
Depois de três exposições individuais em São Paulo, “Lentes Magnéticas” (2012), “Exorealismo” (2014), ambas na galeria Emma Thomas, e a ocupação “Transmigração” na Caixa Cultural São Paulo (2016), Arnaldo Baptista chega a Belo Horizonte pela primeira vez com a exposição “Resistência: a ciência mutante da existência”, entre os dias 17 de agosto a 17 de setembro, na Carminha Macedo Galeria de Artes, no Ponteio Lar Shopping. A curadoria é de Fabiana Figueiredo.
Uma oportunidade muito esperada pelos fãs e admiradores de Arnaldo na capital mineira com entrada liberada.
O artista participará dos projetos Pé Direito e Vitrine d’Arte, idealizados pelo curador da Galeria Wagner Nardy, ocupando-os simultaneamente.
Arnaldo Dias Baptista
Nasce em 1948, em São Paulo, filho de mãe pianista e compositora Clarisse Leite Dias Baptista – e pai poeta e jornalista – César Dias Baptista. Foi fundador de Os Mutantes, que fez parte do Tropicalismo. A formação original, de 1968 a 1972, em São Paulo, trazia Arnaldo Baptista (baixo, teclado e vocais), Rita Lee (vocais) e Sérgio Dias (guitarra e vocais). Posteriormente, também participaram da banda Liminha (baixo) e Dinho Leme (bateria).
A partir de 1982, passa a dedicar-se com mais afinco às artes visuais. Desde esse período, participa de algumas exposições de arte e projetos musicais como a coletiva “Give Peace a Chance” (2001), em homenagem a John Lennon. Em 1987, lança o álbum cult “Disco Voador”, resultado dos rascunhos musicais deste período. Em 2004, é a vez de “Let it Bed”, produzido por John Ulhoa e listado pela revista inglesa Mojo entre os dez melhores lançamentos do ano. Entre 2006/07, participa da reunião de Os Mutantes, em Londres, em evento dedicado à Tropicália. Toca e canta em turnê pela Europa, Estados Unidos e Brasil em shows para até 80 mil pessoas. Em 2007, retoma carreira solo.
A vida e obra de Arnaldo Baptista são relatadas no documentário “Loki! Arnaldo Baptista” (2008), com produção do Canal Brasil e direção Paulo Henrique Fontenelle, que recebeu 14 prêmios no Brasil e no exterior. Neste mesmo ano, a editora Rocco lança o romance “Rebelde Entre os Rebeldes”, escrito na década de 1980. Em 2012 e 2014, realiza exposições individuais na Galeria Emma Thomas, em São Paulo. Suas telas e desenhos servem de vídeo-cenário para os shows de “Sarau o Benedito?”, que vem circulando desde 2011 por importantes palcos e eventos no Brasil, incluindo a Virada Cultural no Theatro Municipal de São Paulo, MIMO/Teatro de Santa Isabel e o circuito Sesc São Paulo e interior de música.
Em 2013/14, com alguns dos álbuns há mais de 30 anos fora de catálogo no formato físico, chega ao mundo digital toda a obra solo de Arnaldo, disponível no iTunes, cdbaby e serviços de streamings como Spotify e Deezer. Em 2015 as principais lojas físicas do país recebem a caixa em CD com os antológicos álbuns “Loki?” (1974), “Singin’ Alone” (1981), “Let It Bed” (2004) e os dois de Arnaldo Baptista & A Patrulha do Espaço: “Elo Perdido +” (1988), com cinco faixas bônus, e “Faremos Uma Noitada Excelente” (1988) em versão ao vivo. Em 2017, a Polysom lança o álbum “Loki?” em vinil 180 gramas.