Falar de gosto musical ou comparar o que é música de qualidade ou não, vira um belo vespeiro. O certo seria não emitir opinião, até porque não me sinto um crítico gabaritado. Sou somente um sujeito que gosta de música. Mas, os meus ouvidos sabem separar o joio do trigo.
Pra não dizer que não falei das flores, o assunto que, ainda, rende nas redes sociais é a premiação do Faustão aos melhores da Música Brasileira em 2017. E as perguntas que não querem calar: O que vem ser MPB ? Será que o conceito de MPB é estético, também ideológico? Será que a MPB perdeu os dentes, e vive cantando o quanto sopa de água com amor é lindo ? Houve uma mudança do perfil do artista. Antes, ele era mais elitizado. Tinha que saber compor e tocar. Com a mercantilização da música e a internet, hoje ele pode se lançar sem saber muito de música, sabendo só cantar e fazer show ? A julgar pelo silêncio no horizonte da Música Popular Brasileira, essa geração de jovens ouvintes da música do século XXI não tem problemas, ou nasceu muda ?
Só sei, que sei, que a música brasileira mudou de texturas, timbres e gêneros. E o legal, neste contexto, é aceitar a diversidade cultural e de gêneros existente num país continental e se permitir a ouvir de Pablo Vittar a Chico Buarque, de Anitta a Elis Regina com a mesma leitura auditiva. Ou entao, a receita exata é cada um puxar a brasa pra sua sardinha sem direito a polarização.
Depois de Pabllo Vittar, por meio de votação popular, ter ganho o Prêmio de Música do Ano, com o “Hit” K.O., no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, a sensação é a de quebra de paradigmas no “mainstream” da música.
E o que nos resta é aceitar que Pabllo Vittar, Annitta e Cia. surgem como “os pensadores da Música Popular Brasileira Contemporânea”, que a nossa música é um produto de diversão e o quadro é irreversível.