Confirmada Elza Soares no Bloco Bota Pra Moer

Se o mundo vai acabar em carnaval a gente não sabe, mas que a mulher do fim do mundo tá vindo aí e vai botar pra moer, a gente garante!, afirma Luciana Simões ao confirmar a presença da cantora Elza Soares. O bloco integra a programação oficial do carnaval maranhense que fará o circuito pela avenida Beira-Mar, centro da capital, entre 16h e 20h30.

Elza Soares. Foto: Divulgação

 

O nome do bloco é uma homenagem à memória de Bota pra Moer, personagem da cidade que marcou os anos 50 e 60 – mistura de louco e gênio que fez história no imaginário popular. “A ideia é levar pra rua a mensagem de que é preciso estar atento e forte, que a alegria é revolucionária. Esse personagem nos inspira a resistir e a ocupar a rua sem temer”, afirma Alê Muniz.

Alê Muniz e Luciana Simões escreveram em parceria com o poeta Celso Borges o frevo Bota pra Moer, que traduz o espírito que eles querem imprimir ao bloco. “Semana que vem vamos divulgar o clipe nas redes sociais, com participação de grandes nomes da música brasileira cantando o nosso frevo. Aguardem!”, avisa Luciana.

A música é o carro-chefe do repertório do bloco, que terá ainda clássicos do carnaval brasileiro, além de releituras de canções de Jorge Benjor, Sérgio Sampaio, Beth Carvalho, Caetano Veloso e Zé Ramalho, entre outros.

Outros carnavais – A ligação da dupla Criolina com a folia vem de muitos anos. Atuaram em parceria com o músico Mano Borges, realizaram Baile de Máscaras e emplacaram diversas marchinhas em concursos regionais e nacionais. Eles também produziram o disco da Banda Bandida, fenômeno independente do carnaval de rua de São Luís.

A proposta visual para o bloco é inspirada numa estética psicotropicalista. Em homenagem a Elza Soares, cujo álbum mais recente se chama A Mulher do Fim do Mundo, Alê Muniz vai encarnar o Guerreiro do Fim do Mundo enquanto Luciana Simões se veste de Gladiadora do Centro da Terra.

Bota Pra Moer – Seu nome era Antônio Lima, pernambucano de Caruaru, que devido a sua grande inteligência, recebeu o apelido logo que chegou a São Luís. Sempre que conhecia alguém perguntava o dia, mês, ano e hora que tinha nascido e em menos de um minuto fazia um cálculo mental e dizia quantos anos, meses, dias e horas aquela pessoa tinha vivido até aquele instante.

Bota Pra Moer lia com a maior naturalidade um jornal de cabeça para baixo e usava sempre roupas de segunda mão que ganhava.Uma de suas histórias mais engraçadas aconteceu na célebre greve de 1951, que paralisou a cidade quando o povo se revoltou contra a posse do governador Eugênio Barros. Os grevistas entregaram a Bota Pra Moer a bandeira nacional e o colocaram à frente da marcha rumo ao Palácio dos Leões. Ao chegar à Praça Pedro II ele viu um grupo de policiais em frente ao Palácio e imediatamente entregou a bandeira, afirmando: “Até aqui eu vim, mas daqui pra frente arranjem outro que seja mais doido do que eu…”

Pra cantar junto
Bota pra moer (Alê Muniz, Celso Borges e Luciana Simões)
Queremos circo, queremos pão
Queremos a libertação

Vai querer, vai querer
Bota pra moer
Vai querer, vai querer
Pra gente poder
Sem temer sem temer sem temer
Fazer o chão tremer
Por toda a cidade
Esse o nosso jeito de ser
De fazer de acontecer
E acender o carnaval
Na arquibancada e na geral

Daqui pra frente a gente vai, vai, vai
Bota pra moer
Na rua na praça e no palácio
Alegria do louco e do palhaço
Queremos circo, queremos pão
Queremos a libertação

Tá na cara você não vê
Que a gente não dá
A cara pra bater
O que bate é o coração
Tum Tum tum
Tambor no peito
Prazer alegria e criação
Tum Tum tum
Por toda a cidade
O que bate é o coração
Tambor de felicidade
Queremos circo, queremos pão
Queremos a libertação

De poeta e louco
Todo mundo tem um pouco
Porque loucos
Somos todos em suma
Uns por pouca coisa
Outros por coisa alguma
Queremos circo, queremos pão
Queremos a libertação

 

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