A exatos seis meses da eleição presidencial deste ano, pelo menos 15 nomes já se colocaram publicamente na disputa. Mais uma pré-candidatura deve ser oficializada nas próximas semanas, a do PSB, e outros dois grandes partidos, PT e MDB, ainda não definiram seus quadros, apesar de prometerem apresentar um candidato nos próximos meses aos eleitores. A decisão final deve ser tomada até o início de agosto, quando termina o prazo para cada partido definir as candidaturas nas convenções.
Dentre os concorrentes ao pleito, há ex-presidentes, senadores, deputados, ex-ministros e até um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.
Instabilidade
Agora, o que mais preocupa no momento os mais de 200 milhões de brasileiros é saber que o país está imerso numa profunda crise política que se arrasta desde 2014. O Brasil começou 2018 de olho nas eleições presidenciais e na expectativa de uma saída desse cenário marcado pela instabilidade. O retorno do eleitor às urnas, no entanto, tampouco oferece um horizonte seguro para o futuro político brasileiro.
Cenário
Uma pesquisa do Instituto Datafolha sobre as eleições presidenciais deste ano, foi divulgada nesse domingo (15/4), comparando diferentes cenários e analisando a chance de os candidatos chegarem ao segundo turno. Pelos dados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 31% das intenções de voto, seguido pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), com 15% e pela ex-ministra Marina Silva (Rede) com 10%.
Em quarto lugar, aparece o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB) com 8%. O ex-governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, conta com 6% das intenções de votos, em seguida vêm o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 5%, e o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), com 3%.
Fator Lula
Lula ainda mantêm uma grande popularidade na sociedade brasileira, sobretudo entre as camadas mais pobres da população, conquistada principalmente pelos programas sociais implementados durante seus 8 anos de governo, o que significou a saída de milhões de brasileiros do mapa da fome e uma significativa distribuição de renda no Brasil, tendo os programas Bolsa Família e Fome Zero como carros-chefe do seu projeto social.
Ele foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora o cenário seja desfavorável, aliados defendem que Lula recorra ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em busca de uma autorização para se candidatar, já que a Lei da Ficha Limpa prevê a impugnação das candidaturas de políticos condenados em segundo grau da Justiça.
Outros nomes cotados dentro do partido são do ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, além de optar por apoiar a candidatura de outro partido da esquerda.
No entanto, as limitações do projeto do PT ficaram expostas com a promiscuidade do Partido dos Trabalhadores com grupos políticos e empresariais envolvidos em severos escândalos de corrupção deflagrados pela Lava Jato, gerando, por um lado, grande rejeição por uma parcela da população e, por outro, uma alta dose de descredibilidade por parte da própria esquerda brasileira.
Com a condenação de Lula, a grande estrela petista,pela Justiça e da retirada do seu nome do pleito pela Lei da Ficha Limpa, abre caminho para uma maior ascensão de Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas na ausência do petista.
Incógnita
Com uma plataforma política marcada por um discurso intolerante com minorias e rejeição aos direitos humanos, o candidato Jair Bolsonaro, que há algum tempo atrás teria sua candidatura tratada como piada, cresceu bastante nas pesquisas e vem se consolidando como o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2018, tendo chances reais de se tornar presidente.
Por um lado, uma possível vitória de Bolsonaro e seu discurso totalitário gera um cenário nebuloso e incerto para a democracia brasileira. Com notórias declarações explicitamente preconceituosas contra homossexuais, mulheres, e pronunciamentos elogiosos a práticas da ditadura e torturadores deste período, Bolsonaro inflama a direita radical diante da crise política brasileira provocada pela descrença nos partidos políticos tradicionais. Uma presidência de Bolsonaro representaria, portanto, a maior ameaça à jovem democracia brasileira desde o fim da ditadura militar.
Por outro lado, Bolsonaro se aproxima de um discurso liberal em alta, o que aumenta o seu eleitorado com ideias econômicas contrárias à presença do Estado na economia. Mas o preparo para governar e estabilizar o país do ponto de vista econômico não gera maior segurança.
Com um discurso vago contra a corrupção, Bolsonaro já manifestou em diversas entrevistas demonstrações de despreparo e desconhecimento sobre temas fundamentais da economia brasileira. Ele chegou a cometer incoerências históricas ao afirmar que durante a ditadura os militares teriam levado o Brasil ao lugar de 8ª maior economia do mundo, igorando a explosão da dívida externa e a hiperinflação que se deu no período.
Ele chegou a ser comparado ao caso do presidente dos EUA, Donald Trump, pela mídia internacional, por conta da popularidade angariada na descrença e crise da classe política, dificuldade de dialogar com as críticas e, sobretudo, pelo discurso conservador e agressivo.
Diante de um período marcado pela extrema polarização na sociedade e séria recessão econômica, além dos inúmeros escândalos que marcaram o impopular governo de Temer, uma possível eleição de Bolsonaro representa uma perigosa guinada ao extremismo no país.
Quando indagado pela imprensa, por que alguém deve votar em Bolsonaro para presidente ? Ele diz ser uma pessoa autêntica. “As minhas propostas podem ser até pior, mas são completamente diferente”, explica.
Cartas Marcadas
Tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de voto, Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) correm por fora na disputa eleitoral na busca de aumentar as chances de chegar à presidência com o fator da imprevisibilidade que pode surgir com uma possível saída de Lula do páreo. Candidatos veteranos em eleições presidenciais passadas, Ciro e Marina ainda podem surpreender, tendo em vista a flexibilidade do eleitorado em relação aos outros pré-candidatos.
Pesquisas mostram, por exemplo, que Marina Silva seria muito beneficiada no caso de uma condenação de Lula na Lava Jato, ficando somente 5% atrás de Bolsonaro em uma disputa sem a presença do ex-presidente.
Já Ciro Gomes vem declarando estar convicto de que consegue angariar os votos que iriam para Lula se o petista ficar ilegível ou desistir das eleições. Além disso, o ex-ministro do governo Lula vem alcançando uma boa projeção através das redes sociais, com uma grande adesão de seguidores disseminando vídeos, entrevistas e palestras, em que vem convencendo parte da população sobre o seu preparo para guiar a economia do país e com o seu discurso duro contra as reformas impopulares do governo Temer.
O senador Alvaro Dias (Pode-PR) lançou oficialmente, no dia 23 de março, a sua pré-candidatura à Presidência da República, em Belo Horizonte (MG). O evento ocorreu durante a posse da Executiva estadual do partido em Minas Gerais.
nicialmente, a ideia era que o lançamento da pré-candidatura de Dias ocorresse em Curitiba, no Estado do senador. Porém, ele mudou de ideia e decidiu realizar o evento em Minas, que considera um “Estado síntese”.
Para viabilizar a sua candidatura, uma de suas estratégias é se fortalecer nos maiores colégios eleitorais do País.
Como proposta de governo, Álvaro Dias defende a “refundação da República” e acabar com o sistema corrupto do balcão de negócios. o “toma lá dá cá” que foi o responsável pela crise que estamos vivendo no País”.
Ele reforça as ideias rumo à Presidência com o projeto de um novo tipo de governança baseado no corte de gastos e em reformas estruturais. O pré-candidato tem como referência a canção “Tente Outra Vez”, de de Raul Seixas, em seu discurso.
Para Álvaro Dias, no Brasil há muita “esquizofrenia” nas discussões entre esquerda e direita. Portanto, diz estar situado politicamente no Centro.
Já o PSDC confirmou no último dia 15 de março a pré-candidatura do seu presidente nacional, José Maria Eymael, que vai concorrer pela quinta vez.
Além de fundador do PSDC, José Maria Eymael é advogado e nasceu em Porto Alegre. Sua trajetória política começou na capital gaúcha, onde foi um dos líderes da Juventude Operária Católica. Em 1962, filiou-se ao Partido Democrata Cristão (PDC) e atuou como líder jovem do partido.
Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo. Em 1990, conquistou o segundo mandato na Câmara dos Deputados. Como parlamentar federal, Eymael defendeu a manutenção da palavra Deus no preâmbulo da atual Constituição Federal durante a Assembleia Constituinte, considerado um marco em sua trajetória política.
Outro candidato recorrente ao pleito é o jornalista e publicitário Levy Fidelix, representando o partido do qual é fundador: PRTB. Abordando temas em defesa da família e dos “bons costumes”, ele buscará aproveitar o momento de insatisfação dos brasileiros com a corrupção para se dizer um candidato “ficha limpa”. Fidelix concorreu ao cargo nas eleições de 2014, 2010 e de 1994.
Antes de criar o PRTB, Fidelix participou da fundação do Partido Liberal (PL), em 1986, quando se lançou na carreira política e disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo estado de São Paulo.
Depois, migrou para o Partido Trabalhista Renovador (PTR), quando também concorreu a um mandato de deputado federal, no início dos anos 90. Apresentador de televisão, professor universitário e publicitário, Fidelix já concorreu três vezes à prefeitura da capital paulista e duas vezes ao governo do Estado.
O senador e ex-presidente da República Fernando Collor vai concorrer pelo PTC. Ele foi presidente da República entre 1990 e 1992, quando sofreu impeachment e foi substituído pelo então vice-presidente Itamar Franco. Foi o primeiro presidente a ser eleito pelo voto direto após o regime militar (1964-1985).
Depois de ter os direitos políticos cassados, ele se candidatou ao Senado em 2006, tendo sido eleito, e reconduzido ao cargo em 2014. Antes de ocupar a Presidência, o jornalista e bacharel em Ciências Econômicas, formado pela Universidade Federal de Alagoas, foi governador de Alagoas (1986) e deputado federal (1982).
Em discurso em fevereiro na tribuna do Senado, Fernando Collor de Mello disse que sua pré-candidatura é a retomada de uma missão pelo país. E afirmou que pretende alavancar novamente o país, mediante um novo acordo com a sociedade.
– Isso só será possível com planejamento e com sólido programa social que seja tecnicamente recomendável, politicamente viável e socialmente aceito – destacou.
Reeleição
Com a promessa de, pela primeira vez depois de 24 anos, apresentar ao país um candidato à Presidência da República, o MDB ainda não definiu oficialmente como formará a chapa para a disputa. Nesta semana, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles se filiou à sigla.
No entanto, ao deixar o comando do Ministério da Fazenda na sexta-feira (6), Meirelles não informou a qual cargo pretende concorrer. Mas é cogitado como opção ao lado do presidente Michel Temer.
O presidente Michel Temer não descartou a possibilidade de concorrer à reeleição. Nos últimos meses, o partido tem feito movimentos de resgate à história da legenda, que tem mais de 50 anos. Foi com esse intuito que mudou a sigla de PMDB para MDB. A decisão sobre a candidatura, porém, ainda não está tomada.
Disputa interna do PSDB
Outro fator que pode embaralhar ainda mais a disputa pela presidência é a decisão sobre o candidato do PSDB. O prefeito de São Paulo, João Doria, e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, protagonizam uma disputa interna no partido que tenta recuperar sua imagem, desgastada pelos escândalos de corrupção da Lava Jato.
Com uma imagem mais “nova” na política brasileira, Doria supera Alckmin em todos os cenários, mas enfrenta o desafio de superar a briga interna contra o seu mentor político e reverter a brusca queda de sua popularidade após um ano à frente da prefeitura paulista.
Além disso, Doria é visto como um político com mais desenvoltura na auto-promoção e na estratégia de marketing do que na formação de alianças políticas, sendo uma opção de maior risco para o PSDB.
Alckmin, por sua vez, tem seu nome mais vinculado ao que pode ser entendido como a “velha política”, sendo mencionado indiretamente na delação da Odebrecht e tendo uma imagem que vai na contramão da expectativa da população brasileira por uma renovação no cenário político.
Entre a esperança de uma saída da crise política e a insegurança em relação ao futuro da democracia brasileira, a única certeza que o eleitor parece ter é de que o xadrez político do país ainda está longe de ficar claro, tendo em vista os desdobramentos políticos e judiciais que ainda podem alterar bastante o desenho do pleito eleitoral de 2018.
O que há de novo
O empresário Flávio Rocha é o pré-candidato pelo PRB, legenda ao qual se filiou em março.
Pernambucano, Flávio Gurgel Rocha exerce atualmente a função de CEO do Grupo Guararapes, um dos maiores grupos empresariais do país.
– Nós temos sim a responsabilidade de colocar o Brasil nos trilhos da prosperidade. Essa prosperidade é resultado de liberdade econômica e política. É para isso que estou de casa nova, no PRB – disse Rocha no dia do lançamento da pré-candidatura.
Já foi eleito deputado federal por duas vezes (1987-1990/1991-1994) e membro da Assembleia Nacional Constituinte. Foi um dos fundadores do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo). Ele é casado e pai de quatro filhos.
Depois de uma consulta interna que contou com outros três nomes, o PSOL decidiu lançar a pré-candidatura de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), após ele se filiar à sigla no início do mês de março. Repetindo a estratégia das últimas eleições de apresentar uma opção mais à esquerda que os demais partidos, o PSOL participará com candidato próprio à corrida presidencial, que em 2010 e 2014 teve os nomes de Plínio de Arruda Sampaio e Luciana Genro na disputa.
Segundo Boulos, é preciso levar a indignação dos cidadãos para dentro da política. Como bandeiras de campanha, ele elencou o combate aos privilégios do “andar de cima” da economia e a promoção de plebiscitos e referendos de consulta à população sobre temas fundamentais.
– Nós queremos disputar o projeto de país. Não teremos uma candidatura apenas para demarcar espaço dentro da esquerda brasileira. Vamos apresentar uma alternativa real de projeto para o Brasil – afirmou.
Um dos líderes do movimento pelo direito à moradia no Brasil, Boulos ficou conhecido nacionalmente após as mobilizações contra a realização da Copa do Mundo no país, em 2014. Como liderança do MTST, ele organizou a ocupação de áreas urbanas, em especial no estado de São Paulo. Formado em Filosofia e Psicologia, Boulos tem 35 anos.
Com 55 anos, João Amoêdo é o candidato pelo partido Novo, que ajudou a fundar. Formado em engenharia e administração de empresas, fez carreira como executivo do mercado financeiro.
Amoêdo foi um dos fundadores do Partido Novo, que teve seu registro homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2015. A disputa presidencial em 2018 será a primeira experiência política dele.
Entre as principais bandeiras de Amoêdo, assim como do Partido Novo, estão a maior autonomia e liberdade do indivíduo, a redução das áreas de atuação do Estado, a diminuição da carga tributária e a melhoria na qualidade dos serviços essenciais, como saúde, segurança e educação.
– É fácil acabar com a desigualdade, basta tornar todo mundo pobre. Ao combater a desigualdade você não está preocupado em criar riqueza e crescer, você só está preocupado em tornar todo mundo igual. O importante é acabar com a pobreza e concentrar na educação básica de qualidade para todos – diz o candidato em sua página oficial na internet.
A deputada estadual do Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, será a candidata pelo PCdoB. A ex-deputada federal, por dois mandatos, teve a pré-candidatura lançada pelo partido comunista em novembro do ano passado. Esta é a primeira vez que o PCdoB lançará candidato próprio desde a redemocratização de 1988. Um dos motes da campanha será o combate à crise e à “ruptura democrática” que, segundo a legenda, o país vive.
– Trata-se de uma pré-candidatura que tem como algumas de suas linhas programáticas mais gerais a retomada do crescimento econômico e da industrialização; a defesa e ampliação dos direitos do povo, tão atacados pelo atual governo; a reforma do Estado, de forma a torná-lo mais democrático e capaz de induzir o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho – escreveu a presidente nacional do partido, Luciana Santos, ao lançar a candidatura de Manuela D’Ávila.
Manuela D’Ávila tem 37 anos e é formada em jornalismo. Ela é filiada ao PCdoB desde 2001, quando ainda era do movimento estudantil. Em 2004, foi eleita a vereadora mais jovem de Porto Alegre. Dois anos depois, se candidatou ao cargo de deputada federal pelo Rio Grande do Sul e se tornou a mais votada do estado. Em 2008 e 2012, disputou a prefeitura da capital gaúcha, mas ficou em terceiro e segundo lugar, respectivamente. Desde 2015, ocupa uma vaga na Assembleia Legislativa do estado.
Até a semana passada no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista Paulo Rabello de Castro deixou o cargo para confirmar a disposição de disputar à Presidência. Segundo o PSC, embora não tenha promovido um ato de lançamento, a legenda já trabalha com a pré-candidatura como oficial. Desde fevereiro, ele participa de eventos partidários pelo país junto ao presidente da sigla cristã, Pastor Everaldo, que concorreu à Presidência no pleito de 2014.
As principais bandeiras do PSC são contra a descriminalização das drogas e a legalização do aborto.
– Temos uma sociedade cujos valores morais estão completamente invertidos. Onde a arma na mão do bandido é uma arma livre, mas a arma na sua mão é proibida. E eventualmente você vai preso por portá-la. Quando o bom comportamento da família é zombado pelas novelas pornográficas e toda pornografia é enaltecida, como preservar a família nacional – disse, durante recente ato.
Doutor em economia pela Universidade de Chicago, Paulo Rabello de Castro foi fundador da primeira empresa brasileira de classificação de riscos de crédito, a SR Rating, criada em 1993.
Autor de livros sobre a economia e a agricultura brasileiras, o pré-candidato foi presidente do Lide Economia, grupo de empresários que têm em comum a defesa da livre iniciativa. Ele também coordenou o movimento Brasil Eficiente. Em 2016, foi indicado para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e comandou a instituição de pesquisa por onze meses, até assumir a presidência do BNDES, em maio do ano passado.
O Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ) é o pré-candidato pelo DEM. Maia tem buscado ser uma alternativa de centro e, em suas próprias palavras, “sem radicalismos”. Ele assumiu o comando da Câmara após a queda de Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso pela Operação Lava Jato, e ganhou mais protagonismo político pelo cargo que ocupa, já que é o responsável por definir a pauta de projetos importantes, como a reforma da Previdência.
Segundo ele, a pauta da Câmara não será prejudicada devido à sua candidatura ao Planalto. “A gente tem responsabilidade com o Brasil, já deu demonstrações disso. O projeto político do DEM é legítimo e é feito em outro momento e local, não tem problema nenhum disso”, afirmou.
Filho do ex-prefeito do Rio, César Maia, o político está no quinto mandato como deputado federal. Em 2007, assumiu a presidência nacional do DEM, após a reformulação do antigo PFL. Rodrigo Maia ingressou, mas não chegou a concluir o curso de Economia. Foi secretário de Governo do município do Rio de Janeiro no final da década de 1990, na gestão de Luiz Paulo Conde, que à época era aliado de César Maia.
O PSTU, que nas últimas vezes concorreu com o candidato José Maria de Almeida (Zé Maria), lançará uma chapa tendo a sindicalista Vera Lúcia como candidata à Presidência.
Vera Lúcia, 50 anos, foi militante no PT e integrante do grupo fundador do PSTU. O vice na chapa é Hertz Dias, 47 anos, militante do movimento negro.
Cotado para ser o candidato do PSB à Presidência da República, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa afirmou nesta quinta-feira (19) que ainda não decidiu se será candidato, mas classificou como “muito bom” o resultado da pesquisa Datafolha divulgada no último domingo (15).
“Para quem não frequenta ambiente político, não dá entrevista, que leva uma vida pacata, está muito bom, né?”, disse o ex-ministro, que se aposentou do Supremo em julho de 2014. Barbosa obteve entre 8% a 10% das intenções de voto no levantamento, chegando a ficar em terceiro lugar em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A primeira declaração a jornalistas desde que se filiou ao PSB, no último dia 6, foi dada na chegada de Barbosa à sede do partido, em Brasília, onde ele se reúne com a cúpula da legenda nesta quinta. O possível presidenciável foi recebido por mais de 10 militantes da Negritude Socialista Brasileira, que levaram cartazes com a foto dele e frases como “compromisso para mudar o Brasil”.
Democracia ameaçada
Entre a esperança de uma saída da crise política e a insegurança em relação ao futuro da democracia brasileira, a única certeza que o eleitor parece ter é de que o xadrez político do país ainda está longe de ficar claro, tendo em vista os desdobramentos políticos e judiciais que ainda podem alterar bastante o desenho do pleito eleitoral de 2018.
Fonte: Agência Brasil