O pianista acre(i)ano, João Donato, se apresenta pela primeira vez em São Luís. Será na festa de dez anos do Lençóis Jazz e Blues Festival, que ocorre sexta-feira (17/8) e sábado (18/8), na Concha Acústica, na Lagoa da Jansen. Ainda na primeira noite tem o gaitista brasiliense Gabriel Gossi e fechando a cantora carioca, Taryn Szpilman, figura cativa do festival e que vai deixar todo mundo chapado com a sua voz jazzística e estonteante.
E quando o assunto é João Donato, a plateia vai ficar de frente a um dos expoentes do movimento bossanovista, juntamente João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf, entre outros, mas nunca se encaixou dentro do rótulo. Pelo contrário, sempre foi considerado um músico excêntrico que toca para si.
Lá pelos anos 1960, João Donato se muda para os Estados Unidos, onde permanece durante 13 anos e realiza o que nunca tinha conseguido no Brasil: reincorporar a musicalidade afro-cubana ao jazz. Grava o disco A Bad Donato e compõe músicas como “Amazonas”, “A Rã” e “Cadê Jodel”. Retorna ao Brasil, reencontra a música brasileira que estava sendo feita no país, mas não abandona sua paixão pela fusão entre o jazz e ritmos caribenhos. Como arranjador participou de discos de grandes nomes da MPB como Gal Costa e Gilberto Gil.
É o tipo do músico que já tocou com meio mundo, independente do estilo (Mongo Santamaria, Marcelo D2, Marcelinho da Lua, etc). Ao completar 84 anos, ao ser festejado nesta sexta-feira (17/8), em São Luís, e 69 de música, João Donato, influenciado pela Bossa Nova gilbertiana, o Latin Jazz, é o brasileiro cujo o “mojo” em tocar piano não tem prazo de validade.