Como um grito de resistência contra os desmandos históricos que oprimem a liberdade e a majestade que habita cada pessoa – no caso, os negros –, a 42ª Ocupação homenageia a trajetória do Ilê Aiyê. Ocupando o piso térreo do Itaú Cultural, a mostra é dividida em quatro eixos principais, que contam a história do primeiro bloco afro do Brasil, de seu surgimento até sua expansão e atuação para além do Carnaval.
Identidade e Resistência Cultural
Fundado no dia 1º de novembro de 1974, em Salvador (BA), e composto exclusivamente de pessoas negras, o Ilê Aiyê surgiu em um contexto de proibição velada de os negros desfilarem no circuito de Carnaval da cidade. Hoje o bloco é conhecido internacionalmente e mantém sólido o que esteve por trás de tantos anos de atuação: a ação afirmativa da raça e o projeto de pesquisa e informação sobre o valor dos povos de origem africana e suas reverberações em costumes como a poesia, a música, a dança e o vestuário.
Diversão com Inclusão
O Ilê Aiyê é o primeiro bloco afro do Brasil, cuja atuação vai muito além do Carnaval. Tem uma organização e administração incríveis por trás do que se vê na TV no carnaval, com continuidade por todo o ano entre projetos sociais e trabalhos da comunidade.
Por um lado, é a primorosa produção de seus belíssimos adereços, fantasias, músicas. Por outro, tem impregnada em sua existência uma forte religiosidade e espiritualidade, que sustentam uma grande estrutura. Tem, ainda, um projeto educacional cujo material didático é utilizado em escolas públicas municipais fora da comunidade. A entrada da equipe do Itaú Cultural no Curuzu, onde está localizado em Salvador, abriu caminho para a descoberta de um mundo deles imenso, bonito, musical colorido, aguerrido.
Sinergia no Palco
Tudo isso estará na Ocupação Ilê Ayê, no Itaú Cultural, que segue até 6 de janeiro de 2019. A curadoria é dos Núcleos de Comunicação e de Música do instituto em parceria com o Ilê.
As personalidades mais importantes do Ilê estarão aqui, a começar por Vovô, fundador da agremiação com a sua mãe, a Mãe Hilda, que já morreu. Eles passarão a semana no Itaú Cultural porque, nos dias 5 e 6, o instituto realiza no Auditório Ibirapuera shows, em sinergia com a mostra.
Com 17 componentes do Ilê Aiyê que receberão, no primeiro dia, os grupos de São Paulo Ilú Obá De Min, formado por mulheres, e Ilú Inã, apadrinhado do Ilê, e, no segundo, as baianas Xênia França e Luedji Luna.
Serviço
Abertura
quarta 3 de outubro de 2018
às 20h
Visitação
quinta 4 de outubro de 2018 a domingo 6 de janeiro de 2019
terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30]
sábado, domingo e feriado 11h às 20h
piso térreo
Entrada gratuita
>> Ilê Aiyê apresenta-se no Auditório Ibirapuera com convidados