Não é fazer apologia ao pessimismo, e nem ser da torcida do contra. Mas, seria inadmíssivel a omissão aos problemas nacionais. É amargo saber que um país continental e tão rico, ainda, em pleno século XXI, presenciar que a maioria da sua população vive abaixo da linha da pobreza.
Ao acompanhar o noticiário nacional e perceber que o número de pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil cresceu em 2017, atingindo 15,2 milhões, segundo dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS), divulgada nessa quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), me deixa cada vez mais estarrecido a falta de sensibilidade e do desinteresse por uma política de humanização no Brasil. É como se a miséria e a pobreza fosse uma doença sem cura, que caminha há décadas, séculos e entrando milênio sem a solução desejada para um mundo de coletividade racional.
Lendo a resenha do jornalista Leonardo Sakamoto, achei interessante quando ele cita que “o problema da desigualdade social e econômica, o que gera esta pobreza extrema, não é uma questão meramente fiscal. A desigualdade dificulta que as pessoas vejam a si mesmas e às outras pessoas como iguais e merecedoras da mesma consideração.
Leva à percepção de que o poder público existe para servir aos mais abonados e controlar os mais pobres. Ou seja, para usar a polícia e a política a fim de proteger os privilégios do primeiro grupo, usando violência contra o segundo, se necessário for.
Com o tempo, a desigualdade leva à descrença nas instituições. O que ajuda a explicar o momento em que vivemos hoje”.