“Elis” é uma microssérie de quatro capítulos que, se encerra nesta sexta-feira (11/1), conta a história de Elis Regina, apelidada de “A Pimentinha”, que se tornou um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. A microssérie é derivada do filme homônimo e protagonizada pela atriz Andreia Horta. Para uma produção de TV, a Globo utilizou cenas que haviam sido descartadas do filme. O roteiro é de Hugo Prata.
Em uma era que se caminha para o embrutecimento, o espaço para a ignorância vigora, é de extrema importância, foi uma boa opção chegar em casa, ligar a TV, mesmo que cochilando entre uma cena e outra, e conhecer, mesmo que superficialmente, da trajetória brilhante e empoderada de uma das maiores intérpretes da Música Popular Brasileira de todos os tempos.
Também pudera a carreira artística da gaúcha Elis Regina surgiu, justamente, no auge da Ditadura Militar no Brasil. Tempos duros e sombrios. A situação em geral do artista no Brasil era péssima. Todas as manifestações de inteligência e clareza sobre a situação do País eram censuradas. Ao mesmo tempo, a posição da mulher estava mudando no mundo inteiro. E Elis metia a boca em tudo isso, se posicionando como mulher forte e frágil simultâneament, mãe e cantora de mil tons e camaleônica ao interpretar a música.
Sempre “livre, leve e solta” Elis Regina, que nasceu em 17 de março de 1945, em Porto Alegre (RS) e morreu em 19 de Janeiro de 1982, em São Paulo (SP), acostumou-se a esperar a perfeição – seja cantando a emoção, seja cantando o sufoco, seja cantando o brilho do sol. Mestre em recriar músicas já gravadas várias vezes, e torná-las novas e atraentes, eu encerro o texto sugerindo a audição de “Vento de Maio”, conhecida também na voz do mineiro Lô Borges, no Clube da Esquina, de 1972.