Bloco da dupla formada por Alê Muniz e Luciana Simões, que trará os pernambucanos Otto e Duda Beat para o carnaval do Maranhão, começa a afinar o repertório com a charanga Bota pra Moer neste sábado, dia 1º. O ensaio aberto vai das 16h às 18h, na rua de Nazaré – em frente ao Hostel Reviver. No sábado seguinte, 8, a charanga estará na avenida Beira-Mar e na terça gorda de carnaval o Bota pra Moer sobe no trio do Circuito Beira-Mar.
Neste ano o Bota pra Moer leva para as ruas da cidade a bandeira da revolução: igualitê, fraternitê e libertê, uma chamada geral para o momento presente.
– O carnaval é uma festa de potência e precisamos canalizar a energia para além da folia. A hora é de juntar força num mesmo grito pela liberdade de expressão, pela igualdade de direitos, pela real fraternidade e por respeito à cultura e à arte – afirma Luciana Simões. – É preciso estar atento e forte, ocupando a rua com os olhos bem abertos – completa Alê Muniz.
A charanga do Bota pra Moer é uma forma de chamar os brincantes para tocar junto, revivendo o espírito de “brincar o carnaval”. Quem quiser pode levar seus instrumentos que os músicos da trupe estarão a postos para orientar a galera. Serão 23 músicos, entre eles naipes de sopro e percussão.
Homenagem
Em seu terceiro ano de história no carnaval maranhense, o Bota pra Moer segue inspirado pelo personagem das ruas de São Luís que dá nome ao bloco. Mistura de louco e de gênio, Bota pra Moer foi um andarilho da cidade que marcou os anos 50 e 60 com histórias que fazem parte do imaginário popular.
Antônio Lima, pernambucano de Caruaru, adotou São Luís e aqui se transformou em Bota Pra Moer por sua inteligência e um jeito único de encarar as ruas. Uma de suas histórias mais engraçadas aconteceu na greve de 1951, que paralisou a ilha quando o povo se revoltou contra a posse do governador Eugênio Barros. Enrolado numa bandeira nacional, Bota pra Moer liderou a marcha rumo ao Palácio dos Leões. Ao chegar à Praça Pedro II, diante de um pelotão da polícia, parou e teria dito: “Até aqui eu vim, mas daqui pra frente arranjem outro que seja mais doido do que eu”.
BLOCO BOTA PRA MOER
Charanga no pré-carnaval
Sábado, 1º, em frente ao Hostel Reviver – Rua de Nazaré, centro
8 de fevereiro às 16h, Av. Beira-Mar – Das 16h às 18h
BOTA PRA MOER no carnaval
Terça, 25/02, das 16h às 20h30 – Circuito Beira-Mar
Alê Muniz e Luciana Simões recebem Otto e Duda Beat
Libertê, Igualitê, Fraternitê
Alê Muniz, Luciana Simões e Celso Borges
Libertê, igualitê, fraternitê
Bota pra moer, bota pra moer
Quando o carnaval abre as portas da cidade
Visto a fantasia de amor e liberdade
E saio pelas ruas pulando como quê
Bota Pra Moer
Vai querer, vai querer liberdade
Vai querer, vai querer igualdade
Vai querer, vai querer fraternidade
bota pra moer
Ô ô ô babá, êêiáaa, ô o o babá, êeeiá
Ponta de Lança tá na cabeça
Eu boto fé e coisa e tal
Ê criança
Vamos fazer uma trança
Com o fio da esperança
Uma trança transcedental
Que balança
Uma trança pajelança
De pessoas e cometas
Afoxé e carnaval
Ôôô babá, êê ê iá