Maranhão passa a festejar Negro Cosme, líder da Balaiada

Com a sanção da lei nº 10.524/2016 pelo governador Flávio Dino, o dia 17 de setembro passa a ser uma data comemorativa no Maranhão em alusão a Cosme Bento das Chaga, o Negro Cosme, líder da Balaiada, revolta popular ocorrida no Maranhão e Piauí entre 1838 a 1841.

À instituição da data comemorativa em homenagem juntam-se outras iniciativas do Governo do Estado para fortalecer o sentimento de pertencimento da população negra do Maranhão. A Praça Negro Cosme, localizada no bairro Fé em Deus e a plataforma Negro Cosme, uma ferramenta que oferece cursos pela internet, são outras iniciativas para homenagear Negro Cosme.

Negro Cosme passa a ser festejado no Maranhão. Foto: Secom

Em artigo publicado nesta quinta-feira (17), o secretário Gerson Pinheiro descreve a figura histórica que foi Negro Cosme e fala de sua importância para os dias atuais.

– Cosme Bento das Chaga, o Negro Cosme, foi um homem livre e que comandou um contingente de aproximadamente três mil negros e negras resgatados das senzalas e/ou recrutados nos quilombos, assumindo um posto de comando à frente da classe oprimida e geradora de riquezas da então Província do Maranhão – destacou Gerson Pinheiro.

– Quase dois séculos depois de Negro Cosme, em memória da luta por liberdade e igualdade dos que o antecederam e dos que o sucederam continua-se a travar a luta por visibilidade e igualdade – enfatiza Pinheiro.

Para o professor Euges Lima, presidente do Instituto Histórico e Geográfica do Maranhão, Negro Cosme continua sendo importante para a população negra enquanto personagem incentivador das lutas sociais.

– Para os dias de hoje, Negro Cosme é uma referência de luta e resistência para os afrodescendentes do Maranhão, na luta por liberdade e direitos civis. Num momento em que vários lugares do mundo se rediscute e questiona monumentos e estátuas de colonialistas é importante homenagear e exaltar figuras e lideranças da nossa história, como o Negro Cosme – destacou Euges Lima.

Negro Cosme foi condenado por liderar mais de 3 mil escravos numa das mais importantes lutas pela resistência do povo negro no Maranhão e no Brasil e foi enforcado em 17 de setembro de 1842, em frente a Cadeia Pública de Itapecuru-Mirim, hoje Casa da Cultura Professor João Silveira, transformando-se em símbolo da luta contra a escravidão e de luta pela igualdade de direitos.

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