Em meio a esta onda do “populismo nacionalista, extremista liberal de direita, conservador e da anticiência”, encarnada por um “naco” de pessoas espalhadas pelo planeta, existem outros vivos, mortais e prontos para “polarizar” e despertar do pesadelo.
O bom disso é saber que na Fórmula 1, esporte com alto teor elitista, fechado para homens brancos e ricos, vivencia a uma revolução de valôres. E tudo provocado pela chegada do inglês Lewis Hamilton nestee ‘mainstream’. O cara veio para quebrar a tradição na modalidade. Além de ser o maior piloto da atualidade, consegue o lugar entre as personalidades mais influentes do mundo, segundo a lista da revista norte-americana TIME.
Aos 35 anos, Hamilton transformou a rotina da Fórmula 1, levando, também, para pauta esportiva questões voltadas à sustentabilidade e ao racismo, descontruindo o mito de que todo piloto tem como obrigatoriedade ser ‘bon vivant’, garanhão e aceitar correr riscos mesmo que isso significa morrer na pista.
O jovem piloto inglês é o avesso do avesso na competição. E acaba de se tornar o maior vencedor da história da categoria chegando à vitória de número 92 na carreira e está muito perto de conquistar seu sétimo título mundial — igualando-se a Michael Schumacher — sem ter protagonizado grandes episódios que coloquem até agora sua índole a execração pública.
É considerado arrojado e marrento, porém justo nas batalhas com os rivais na pista. Gosta da badalação dos famosos e do universo da moda e da música, o que não é pecado mortal.
E, mais importante, o primeiro negro a disputar uma corrida de Fórmula 1, tornou-se o maior vencedor nos 70 anos de história da categoria. E ao mesmo tempo em que luta para fazer a diferença fora dela. Defendendo pautas de inclusão e diversidade, provocando uma discussão sobre racismo que o automobilismo, provavelmente, jamais faria, se não fosse ele. E, ainda, desafiando quem acredita que um piloto de F1 não pode, também, ser um ambientalista.
Hamilton usa seu dom nas pistas como plataforma para provocar mudança em uma intensidade que nenhum outro piloto da Fórmula 1 na história fez antes dele. Se é autopromoção ou não, o importante é a onda positiva a ser gerada por ele neste mundo eterno do contraditório. PALAVRA DA SALVAÇÃO!