Marcelo Flecha, iluminador, fundador e diretor artístico da Pequena Companhia de Teatro, sediada em São Luís, capital maranhense, será o primeiro convidado do Itaú Cultural, da série “O ARTISTA POR TRÁS DA CENA”, cuja estreia será nesta quinta-feira, dia 26 de novembro, às 15h, em seu site www.itaucultural.org.br. O projeto é dedicado ao trabalho de profissionais com colaborações fundamentais para o resultado que chega ao público como produto final.
Nesta primeira temporada, a ser exibida semanalmente em seis episódios, o apresentador Guilherme Bonfanti, light designer com longa trajetória ao lado de grupos como o Teatro da Vertigem, traz o olhar e experiências de iluminadores, cenógrafos e figurinistas de diferentes partes do país, os quais abordam tanto o seu trabalho quanto as formas como têm atuado em meio à pandemia.
Bate-Papo
Na conversa de estreia da série, gravada online com Guilherme Bonfanti durante o período da pandemia, Marcelo Flecha fala sobre a sua larga experiência na realização de espetáculos por toda a região Nordeste, da qual destaca a importância de conceber artefatos cênicos que sejam adaptáveis para os mais diversos tipos de palco.
– Eu confecciono o que chamo de elementos iluminocenográficos, instrumentos que me dão o todo da obra e funcionam não só esteticamente, como na intenção de gerar a dramaticidade que a luz precisa para a cena – conta ele, que também é diretor, dramaturgo, pesquisador, cenógrafo e escritor.
Com uma atuação que se expande também à pesquisa, direção e cenografia, ele destaca que, como iluminador, busca formas de fazer da luz um instrumento de dramaturgia.
– Isso é uma coisa que eu busco quando eu ilumino: fazer com que ela possa auxiliar a contar a história – complementa.
Ele comenta, ainda, que o que mais fez durante o período de isolamento social foi questionar o formato do teatro presencial na pós-pandemia, tendo como ponto de partida as ações tomadas por artistas das artes cênicas para poder sobreviver durante esse período.
– Pelo desespero da sobrevivência, a gente se debruçou na virtualidade, mas esqueceu de estabelecer um olho aqui e outro lá sobre esse futuro”, observa. “Aqueles que conseguirem fazer uma leitura do pós-pandemia e anteciparem as consequências disso, com montagens que dialoguem com espacialidade, distanciamento, máscara e com o que ninguém ainda sabe o que vai ser, sairão na frente e terão obras mais estruturadas. Isso pouco se tem pensado – reflete.
Trajetória
Diretor, dramaturgo, pesquisador, cenógrafo, iluminador e escritor, Marcelo Flecha é diretor artístico da Pequena Companhia de Teatro, da qual é fundador. Dirigiu mais de 30 espetáculos, entre eles todo o repertório da companhia. Vencedor de cinco prêmios de melhor direção, seus espetáculos circularam por mais de 100 cidades em todos os estados do país, e foram selecionados para os principais projetos de circulação do país.
Dirigindo montagens de grupos de teatro nordestinos já ganhou seis vezes o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz. É autor do livro Cinco Tempos em Cinco Textos: Dramaturgia Reunida, que reúne sua produção dramatúrgica entre 2003 e 2009. Foi produtor do Festival de Teatro Sul-Maranhense, da Semana Imperatrizense de Teatro e diretor artístico da Feira do Livro de São Luís, onde ocupou o cargo de diretor técnico do Teatro Arthur Azevedo durante uma década.
É criador, ainda, de Quadro de Antagônicos (2018), método de treinamento para o ator, e de Transposição de Gêneros (2017) – ambos pelo Sesc Dramaturgias –, instrumento de confecção de dramaturgia. Os sistemas foram objeto de pesquisa, dissertações, artigos, memoriais e publicações, e suas atividades formativas realizadas em 29 cidades de 14 estados brasileiros.
ResponderEncaminhar |