Em meio à turbulência dos vírus soltos por aí consumindo a saúde mental de nós humanos, sempre existirá uma luz no fim do túnel. E a música sempre onipresente como a arte que consola nas crises e salva vidas. E como amante dela estou sempre ávido por novidades para alimentar a minha alma e repaginar a minha história.
Em várias audições feitas do EP MUNDOS de PAOLO RAVLEY, no ano passado, comentei que estava diante de um dos discos mais promissores da Música Brasileira Contemporânea de 2021. E nessa sexta-feira (14/1), fui surpreendido por ele com um show singelo, mas envolvente pela riqueza nos detalhes da ambientação. Enfim, pronto para qualquer palco dos MUNDOS (gay, trans, pans, bi, hétero, religioso, profano, laico ou seja da diversidade humana.
Assisti a um pop/indie/eletrônico/ brasileiro contemporâneo, mas com a cara e o jeito peculiar da nossa MARANHENSIDADE. No palco. Paolo Ravley, um homem espirituoso, mundano, ousado, criativo e bem resolvido na vida, de 1,92 metro, que compõe, canta, interpreta, remixa, arranja, produz e faz de seu corpo e de sua música um ato político.
Embora o MUNDOS seja um disco autobiográfico, fechado na primeira pessoa de PAOLO, as treze músicas que lá estão foram compartilhadas pela família do artista, a Casa da Mãe Joana, a dupla Pão com Ovo, os bailarinos da Companhia Cia Pulsar, pelos timbres, texturas sonoras modernosas extraídos dos irmãos Domingos Thiago (guitarra) e Sandoval Filho (bateria, programação, loops, efeitos e direção musical), Deborah e seu poema ANTI-HOMOFOBIA, pelas luzes e imagens do boi, cacuriá, da ilha convergindo à imponência do Teatro Artur Azevedo e uma plateia, que se arriscou em meio ao vírus e ao CAOS, mas que saiu do teatro em êxtase, feliz da vida e afirmando: a arte e a ciência sempre estarão do nosso lado.
Sem mais delongas: VIVA A ARTE! VIVA A MÚSICA ! VIVA PAOLO RAVLEY ! VIVA O MUNDOS ! VIVA A SOCIEDADE ALTERNATIVA ! PALAVRA DA SALVAÇÃO !