Há 40 anos, em uma sexta-feira, o Circo Voador fazia seu primeiro pouso. A data: 15 de janeiro de 1982, no Arpoador.
MPB, funk, samba, punk, teatro passaram por lá, nas mais de 5 mil atrações que já estiveram na lona, entre voos pelo Arpoador e a Lapa, com escalas em Fortaleza, em Pernambuco, no México e no Maranhão, ao lado do Espaço Cultural, na avenida Beira-Mar, e lá estava assistindo shows marcantes, produzidos em parceria com a Mirante FM
Mas o Circo Voador é muito mais que as atrações nos palcos. Milhares de histórias se cruzam e têm o Circo Voador como cenário.
Circo Voador nasceu, primeiro, dentro da cabeça do ator e produtor Perfeito Fortuna. Integrante do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone, sentiu surgir com os companheiros a necessidade de um lugar físico para propor ideias, formas e conteúdos. E esse lugar acabou se materializando no Arpoador, em 82, e foi batizado por Fortuna.
Enfim, essa conversa bem aí foi para puxar brasa pra nossa sardinha. São Luís também teve um circo criado oficialmente no dia 27 de março de 1999, o Circo Cultural da Cidade, ligado a Fundação Municipal de Cultura (FUNC). Em 2009, após passar por reformas e receber nova fachada mudou para Circo Cultural Nelson Brito, em homenagem ao ator e diretor do Laborarte, que morreu no início daquele ano.
Em setembro de 2012, para dar início à obra de um VLT, o circo foi desativado na gestão do prefeito João Castelo. Como águas passadas não movem moinhos, um grupo de artistas resolveu se mobilizar pela reativação do circo. Como jornalista, cidadão, entusiasta da arte, estou engajado a este movimento cuja a pergunta chave: cadè o circo ? Sei que estamos em uma crise sanitária, econômica e social no país, os problemas e demandas são enormes. Mas a gente espera que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, seja sensível a esta reivindicação justa, respeitosa e institucional da classe artística local e que se estende a outros equipamentos culturais municipal e estadual desativados.
Assim como o Circo Voador, o Circo Cultural Nelson Brito agregava a diversidade artística, fomentava plateia, celebrava a amizade, gerava oportunidades de emprego e renda para o comércio informal, entre outras funções sociais. Agora, o mais emblemático do Circo é o seu poder LÚDICO. PALAVRA DA SALVAÇÃO !